“O Grupo Parlamentar do Partido Socialista jamais, em momento algum, foi contactado por outro grupo parlamentar, em particular o Grupo Parlamentar do PSD, para fazer qualquer acordo quanto a um candidato a presidente da mesa da Assembleia da República”, assegurou esta noite Eurico Brilhante Dias.

O líder parlamentar do PS em exercício sustentou, em declarações à comunicação social depois de ter falhado novamente a eleição do presidente da Assembleia da República, tendo Francisco Assis obtido 90 votos e Aguiar-Branco 88 votos, que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista preparou as suas candidaturas – um vice-presidente, um secretário e dois vice-secretários – com base “no acordo público entre a AD e o partido Chega”.

Assim, o Grupo Parlamentar do PS optou pela “decisão política de não apresentar um candidato à presidência da Assembleia da República”, esclareceu Eurico Brilhante Dias, que referiu que o deputado Aguiar-Branco – “não sem surpresa” – “não foi eleito numa rutura evidente do acordo das negociações entre a AD e o Chega”.

“Perante a incerteza pelo facto evidente de esse acordo ter soçobrado aos olhos dos portugueses pela forma como terá votado a bancada da extrema-direita, o Partido Socialista apresentou um candidato”, apontou Eurico Brilhante Dias, salientando que Francisco Assis “não foi eleito, mas ganhou duas votações”.

Por isso, “qualquer tentativa de envolver o Partido Socialista nas negociações dos acordos prévios é uma tentativa que não respeita a verdade e aquilo que aconteceu durante o dia de ontem e o dia de hoje”, alertou.

O Parlamento vai voltar a reunir-se esta quarta-feira, às 12 horas, para uma nova votação para o cargo de presidente da Assembleia da República, segundo um acordo entre as bancadas do PS e do PSD. As candidaturas podem ser apresentadas até às 11 horas.