

Eurico Brilhante Dias diz que “foi em democracia” e com liberdade que se elegeram os membros da Mesa da AR
O presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Eurico Brilhante Dias, destacou hoje, no Parlamento, que os deputados votaram “livremente” para eleger os membros da Mesa da Assembleia da República e vincou que os parlamentares socialistas viabilizaram candidatos de outros partidos por considerarem que os resultados das eleições legislativas de 30 de janeiro “levavam a essa constituição mais diversa”.
“Os deputados do Partido Socialista distinguiram, de forma clara, candidatos de forças políticas democráticas de candidatos de forças políticas antidemocráticas e com forte conotação racista e xenófoba. E isso ficou evidente na votação de hoje”, asseverou Eurico Brilhante Dias, em declarações aos jornalistas, depois de decorridas as eleições para a Mesa da Assembleia da República, que elegeram a socialista Edite Estrela e o social-democrata Adão Silva para duas das quatro vice-presidências. Já o deputado da Iniciativa Liberal João Cotrim de Figueiredo e os dois candidatos do Chega foram rejeitados.
“Mais uma vez, na Assembleia da República, homens e mulheres foram candidatos a cargos. Uns foram eleitos e outros não, de forma livre. E, de forma livre e consciente, todos os deputados, no segredo do momento do voto – como fazem os portugueses quando votam para as eleições legislativas, presidenciais e autárquicas –, votaram e votaram livremente como só foi possível fazer a partir do 25 de abril de 1974”, referiu o dirigente socialista.
Eurico Brilhante Dias, que vincou que a Mesa da Assembleia da República foi eleita “em democracia”, mencionou em seguida que os deputados do Partido Socialista tiveram “claramente a consciência” de votar em candidatos que não são do PS, “procurando construir uma Mesa que representasse o resultado eleitoral de 30 de janeiro de 2022”. “E, por isso, é uma Mesa com a maioria dos membros do Partido Socialista e depois com membros também do Partido Social-Democrata”, disse.
O líder parlamentar do PS aludiu depois à “forma humilde e democrática com que a Iniciativa Liberal e, em particular, o Sr. deputado João Cotrim de Figueiredo aceitou o resultado eleitoral”. “O Sr. deputado João Cotrim de Figueiredo teve muito mais votos do que os votos possíveis a partir do seu Grupo Parlamentar – teve mais 100 votos do que os votos da Iniciativa Liberal – e isso demonstra bem como em liberdade votámos e como, também, com humildade democrática o Sr. deputado aceitou o veredito”, sustentou.
“Quanto aos candidatos do Chega, foi o resultado natural repetido duas vezes, porque em consciência os deputados da generalidade dos partidos consideraram que não era adequado que uma força política não democrática pudesse estar representada na Mesa da Assembleia da República”, explicou Eurico Brilhante Dias.
A deputada socialista Edite Estrela foi reconduzida no cargo de primeira vice-presidente da Assembleia da República e Maria da Luz Rosinha foi novamente eleita secretária da Mesa, bem como a deputada Palmira Maciel.
Para o Conselho de Administração da Assembleia da República foi eleita a socialista Eurídice Pereira e como vice-secretários da Mesa foram eleitos Diogo Leão, Joana Sá Pereira e Tiago Estêvão Martins.