

PS lamenta “silêncio ensurdecedor” do primeiro-ministro e da ministra da Saúde
O deputado do PS João Paulo Correia assegurou que a mudança da Direção Executiva do SNS, a alteração às regras que atrasou o concurso para médicos especialistas e o Plano de Emergência da Saúde apresentado pelo atual Governo estão a trazer “consequências danosas” e considerou “ensurdecedor” o silêncio tanto da ministra da Saúde, como do primeiro-ministro face aos problemas nas urgências hospitalares.
O coordenador dos socialistas na Comissão de Saúde que, juntamente com os deputados eleitos por Setúbal António Mendonça Mendes, Miguel Costa Matos e André Pinotes Batista, reuniu esta manhã com o conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho, no Barreiro, notou que “de todas as medidas inscritas no Plano de Emergência, só uma é que está executada, volvidos dois meses da apresentação do plano”.
Ora, o “Plano de Emergência foi apresentado sem qualquer vontade de dialogar com o Parlamento”, lamentou João Paulo Correia, que criticou o Governo por achar que este plano “era a bala de prata para resolver as dificuldades do SNS”.
O deputado do PS recuou até à campanha eleitoral para comentar que, apesar das chamadas de atenção por parte do Partido Socialista, nomeadamente do secretário-geral Pedro Nuno Santos, “a euforia eleitoral e a ganância dos votos levaram Luís Montenegro e a AD a prometer que iriam apresentar um plano de emergência ‘que resolvesse de imediato os problemas do Serviço Nacional de Saúde’”.
João Paulo Correia disse mesmo que as declarações de ontem do líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, são “uma confissão do falhanço do Plano de Emergência”. E garantiu que “o que o Governo quis com o Plano de Emergência foi esvaziar e desvalorizar o Serviço Nacional de Saúde”.
O coordenador dos deputados do PS na Comissão de Saúde criticou também o “silêncio ensurdecedor” do Governo: “A ministra da Saúde passa o tempo a passar culpas e, nas últimas semanas, remeteu-se ao silêncio para não assumir responsabilidades”.
“É inaceitável que, em casos como aqueles a que temos assistido de grávidas a fazerem 200 km para dar à luz, o país não ouça a ministra da Saúde dar uma explicação e não ouça o primeiro-ministro a dar garantias de que isto não torna a acontecer”, asseverou.
Governo tem de parar de desviar recursos do SNS para o privado
João Paulo Correia referiu que hoje também é notícia “a responsabilidade da ministra da Saúde no não lançamento do concurso do serviço de helicópteros de emergência médica”, uma vez que o Tribunal de Contas veio dizer “que, se existe uma ilegalidade, é do Governo e não do INEM”.
O socialista teceu ainda críticas ao desvio de recursos do SNS para o privado levado a cabo pelo atual Executivo. “Quando o SNS não responde, aí surge o privado com o apoio do Governo”, lamentou João Paulo Correia, vincando que “é absolutamente necessário que o Governo se convença que tem de investir mais no Serviço Nacional de Saúde”.
Para o deputado do PS, teria também “sido muito útil para este período do ano que a ministra da Saúde não tivesse alterado as regras concursais dos médicos especialistas”. Se assim fosse, estes especialistas “já estariam em funções nos diversos hospitais”, assegurou.