

PS responsabiliza Governo por retirar autonomia à Direção Executiva do SNS
A Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS Mariana Vieira da Silva acusou hoje o Governo de retirar autonomia à Direção Executiva do SNS e interromper a reforma em curso, levando a constrangimentos nos serviços de urgências hospitalares, como os que foram verificados na urgência geral do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, na visita realizada esta segunda-feira por uma delegação de deputados do PS.
Mariana Vieira da Silva explicou, no final da reunião com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), que “estava em curso uma reforma de reorganização do SNS, fundamental para a melhoria das condições e que agora é tempo de o Governo reconhecer que desfez algo que estava bem feito”.
A Vice-Presidente da bancada do PS denunciou que “foi retirada autonomia à Direção Executiva do SNS, bem como a capacidade de trabalho com os diferentes hospitais que era feita mensalmente na reorganização das escalas médicas, ajudando um hospital quando tem alguma carência de profissionais a encontrar alternativas para se manter aberto”.
“Desmontar essas condições fez com que este ano o verão fosse mais difícil do que em anos anteriores” e essa realidade está hoje a afetar os baixo alentejanos, lamentou.
No encontro com o Conselho de Administração da ULSBA, os deputados Mariana Vieira da Silva, João Paulo Correia e Nelson Brito, acompanhados pelo presidente da Câmara Municipal de Beja, Paulo Arsénio, ficaram a saber que os constrangimentos sentidos no horário entre as 20 horas e as 08 da manhã dos dias 16, 17 e 19 de agosto foram provocados pela ausência de médicos no primeiro atendimento da urgência. De acordo com a administração da ULSBA, o serviço é garantido exclusivamente por médicos prestadores de serviços que não estiveram disponíveis para assegurar os períodos noturnos.
Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano garante funcionamento de serviços com recurso a contratados
Já o deputado do PS Ricardo Pinheiro, eleito por Portalegre, observou hoje que quer o serviço de urgência como o serviço de obstetrícia da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) têm funcionado normalmente, tendo as escalas fechadas até outubro, devido principalmente ao recurso a prestadores de serviços contratados para garantir o funcionamento.
Num encontro esta segunda-feira com o Conselho de Administração, o parlamentar socialista ficou a saber que a ULSNA recorre em grande parte a prestadores de serviços o que não permite uma programação de escalas realista, tendo sido ainda informado que o quadro de obstetras desta unidade tem dois profissionais reformados com contrato que trazem estabilidade ao funcionamento do serviço, mas que pode ficar em causa se existir um problema com algum deles.
Ricardo Pinheiro soube ainda que há apenas um anestesiologista com relação contratual a ULSNA, também com contrato de reformado, e que se preveem constrangimentos a partir de outubro com as escalas de obstetrícia, cirurgia, pediatria, triagem e anestesiologia por não se conseguir fechar os valores hora em épocas festivas com os prestadores de serviços.
Existem também problemas na Urgência Básica de Ponte de Sor e nos cuidados de saúde primários em Gavião e Avis, onde só há um medico de família em cada um dos concelhos.
“Atendendo à falta de capacidade atração de médicos de família, existe uma “guerra entre autarquias” para captarem médicos que não tem vínculo ao SNS para os seus concelhos. Os médicos contratados escolhem os concelhos mais atrativos”, alerta o deputado.
Com estas duas reuniões, são já seis os encontros realizados pelos deputados socialistas em unidades de saúde locais em vários pontos do país para obter mais informação sobre os encerramentos das urgências e perceber junto dos profissionais no terreno o que está a dificultar a resposta do Serviço Nacional de Saúde às populações.
Os parlamentares do PS já reuniram com os Conselhos de Administração do Hospital de Santa Maria, da Unidade Local de Saúde do Arco Ribeirinho (Barreiro), da Unidade de Saúde do Algarve e da Unidade Local de Saúde de Leiria.
Para as próximas semanas, estão ainda previstos encontros com os Conselhos de Administração das Unidades Locais de Saúde de São José (Lisboa), Médio Tejo (Tomar) e Lezíria (Santarém).