

GPPS propõe voto que condene os sucessivos massacres em Moçambique
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista deu ontem entrada, no Parlamento, de um projeto de voto de preocupação pelo escalar da violência em Cabo Delgado, Moçambique, e de condenação dos ataques ocorridos na vila de Palma, numa altura em que se intensificam as insurgências de grupos armados com possíveis ligações a organizações terroristas regionais e transnacionais conectadas ao Estado Islâmico.
O projeto, subscrito pelos socialistas Paulo Pisco e Lara Martinho, frisa que “a violência no norte de Moçambique tem provocado, há pelo menos três anos, danos irreparáveis junto das populações, vitimando milhares de pessoas e afetando a vida de dezenas de milhares de cidadãos que residem naquele território”.
De acordo com um relatório da ONG ‘Save the Children’, “os ataques em Cabo Delgado já provocaram a deslocação de mais de 700 mil pessoas rumo à província de Pemba, das quais 300 mil estima-se que sejam crianças”.
“Na passada quarta-feira, a vila de Palma conheceu um dos episódios mais graves desde o início da insurgência, com um ataque que se estima ter vitimado dezenas de pessoas, dando-se como certa para já a morte de sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel da vila, onde se refugiaram”, pode ler-se no documento.
Na sequência deste ataque, centenas de cidadãos fugiram em direção à fronteira com a Tanzânia, com famílias inteiras “a caminharem pelo mato desde quarta-feira sem água nem comida”, sublinham os socialistas, que asseveram que “estes acontecimentos, que nos chocam a todos e sobre os quais não podemos ficar indiferentes, merecem o nosso maior repúdio e condenação”.
Assim, os deputados do PS pedem que a Assembleia da República manifeste “a sua preocupação com o escalar da violência em Cabo Delgado e consequente degradação da situação humanitária na região, condenando os sucessivos massacres perpetrados contra a população moçambicana por grupos armados, em particular o ocorrido a 24 de março na vila de Palma, manifestando o seu profundo pesar pelas vítimas destas ações bárbaras”.