

Responsabilidade de os jovens não terem psicólogos é do Governo
O deputado Miguel Costa Matos avisou hoje que o atual Executivo não pode responsabilizar o anterior Governo pela falta de psicólogos para os jovens no ensino superior, já que o concurso para contratar estes profissionais só abriu em setembro, e criticou o Governo por tentar passar a ideia de que está a ajudar os mais jovens a terem casa própria.
Miguel Costa Matos, que falava durante a audição da ministra da Juventude e Modernização no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, explicou o motivo de o Executivo da AD não poder atirar culpas da falta de psicólogos para a governação socialista: “O Governo entrou em funções no dia 1 de abril e só vai voltar a ter psicólogos em dezembro, no programa Cuida-te”.
“Só conseguiu lançar o concurso para contratar psicólogos em setembro e, portanto, a responsabilidade de os jovens não terem profissionais ao serviço hoje é inteiramente deste Governo”, asseverou.
O mesmo se passa com o cheque psicólogo, denunciou: “A verdade é que a Ordem dos Psicólogos apenas no mês passado lançou a bolsa de recrutamento para os psicólogos que vão estar ao serviço no cheque psicólogo”.
Focando-se, em seguida, na área do desporto, o socialista recordou que “o Governo anunciou um corte para a área do desporto e depois, afinal, tinha-se enganado e disse que era preciso reforçar o desporto em 12 milhões de euros”.
Reconhecendo que esse montante teria de vir pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Miguel Costa Matos sublinhou que “o Governo não apresentou, até agora, um reforço dos mapas do IPDJ para colmatar o corte anunciado no relatório do Orçamento do Estado”.
Por isso, é plausível concluir-se que “os 12 milhões de euros que iam reforçar o desporto vão ser retirados à área da juventude”, defendeu.
Governo tenta passar a ideia de que está a ajudar jovens a terem casa
Já sobre habitação, o deputado do PS lamentou que o Governo pretenda “passar a ideia de que está a ajudar os jovens a terem a sua casa própria, o que de facto é fundamental para que não saiam deste país, mas a verdade é que deixam 50 mil casas que as autarquias querem construir sem financiamento”.
“Lançaram a isenção do IMT e do imposto de selo, mas 82% do benefício vai para os 2% que mais ganham”, exemplificou o socialista, esclarecendo que este aumento do valor da isenção de IMT e de imposto de selo para conseguirem chegar a casas de maior valor faz com que “o mercado empurre os preços mais para cima, porque sabe que vai poder alcançar essa subida de preço mantendo a isenção fiscal”.
Miguel Costa Matos acusou ainda o Governo da AD de tentar “enganar as pessoas de forma desbragada” no Porta 65: “A senhora ministra veio aqui anunciar como seu o aumento das candidaturas, mas é importante dizer que, de facto, está há muito pouco tempo – se é que já está disponível – a capacidade de poderem usar as vossas regras do Porta 65, porque, até agora, foram as regras do Partido Socialista em vigor”.