
PS quer ouvir ministra da Saúde no Parlamento com urgência
O deputado João Paulo Correia anunciou hoje que o Partido Socialista vai chamar a ministra da Saúde ao Parlamento, com caráter de urgência, para explicar o motivo de não ter verificado que no currículo do anterior diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) constavam funções que violam a lei.
O coordenador dos socialistas na Comissão de Saúde acrescentou, em declarações à comunicação social, que o PS vai requerer, “com caráter de urgência, o parecer da CReSAP – entidade a quem compete avaliar o currículo e as competências dos candidatos ao topo da administração pública” –, bem como, igualmente com caráter de urgência, “o pedido de avaliação curricular que a ministra da Saúde enviou para a CReSAP” (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública).
“Foi uma decisão tomada com alguma leviandade. Isto é um padrão da ministra da Saúde.”
De acordo com a CReSAP, o pedido de avaliação do currículo de Gandra d’Almeida, feito pela ministra da Saúde, veio acompanhado do currículo em questão. “O parecer da CReSAP diz que o Dr. Gandra d’Almeida, até 2022, exerceu funções de médico no hospital Gaia/Espinho quando, ao mesmo tempo, era diretor do INEM Norte”, vincou o socialista.
“Não compete à CReSAP avaliar o passado curricular do ponto de vista das incompatibilidades do Dr. Gandra d’Almeida”, mas sim à ministra Ana Paula Martins, salientou João Paulo Correia.
Assim, a ministra da Saúde tinha de ter verificado que o anterior diretor executivo do SNS “exerceu funções que, segundo a lei, eram incompatíveis”, ou seja, que “violou a lei”, disse.
Realçando que “a ministra não pode dizer que não sabia”, até porque “teve o currículo de Gandra d’Almeida na mão”, João Paulo Correia acusou Ana Paula Martins de ter agido “sem um escrutínio mínimo”. E reconheceu que tomar decisões “com alguma leviandade” é um “padrão da ministra da Saúde”.
“Não compete à CReSAP fazer o trabalho que competia à ministra da Saúde”, reafirmou o deputado do PS, que comentou que a escolha anunciada hoje de Álvaro Santos Almeida para o cargo de diretor executivo do SNS é “uma nomeação partidária”. E explicou porquê: “O Dr. Álvaro Santos Almeida foi o candidato do PSD à Câmara Municipal do Porto em 2017 e foi deputado eleito pelo PSD na Assembleia da República”.