O Grupo Parlamentar do Partido Socialista questionou hoje o governo sobre o encerramento da empresa Calerías, em Valença, que submeteu um pedido de insolvência, que ameaça deixar cerca de 250 pessoas no desemprego. Tendo em conta que não existem falta de encomendas, mas a empresa debate-se com um problema de falta de liquidez, o PS quer saber que estratégias está o governo a desenvolver para evitar mais este encerramento de uma unidade fabril no norte do País e se as mesmas ainda podem responder à decisão tomada na assembleia de credores.

O PS perguntou ao ministro da Economia qual é o acompanhamento que fez, através do IAPMEI, sobre a situação da empresa Cablerías. Os deputados perguntam também que medidas está o governo a tomar para salvaguardar os postos de trabalho e a empresa, que se dedica ao fabrico de componentes para automóveis, em Valença.

Tendo em conta as informações públicas quanto à decisão de encerramento da unidade, os socialistas questionam o governo sobre que estratégias está a fazer para evitar o encerramento desta unidade, que se reveste de importância para a economia local.

“Apesar do trabalho consistente junto de muitas empresas, e apesar de continuar com níveis de encomenda em linha com o passado, nos últimos tempos a empresa viu-se confrontada com dívidas avultadas, sem que fossem encontrados instrumentos capazes de responder atempadamente à situação da empresa”, sustentam os parlamentares na pergunta enviada.

Os deputados socialistas reuniram com os representantes dos trabalhadores para fazer um ponto de situação e conhecer o acompanhamento que as entidades públicas e os responsáveis políticos estavam a fazer, nomeadamente na componente social que envolve dezenas de trabalhadores e na componente económica decorrente do encerramento de uma empresa central para o setor automóvel.

“Sabemos hoje que, na assembleia de credores, não foi apresentado qualquer plano de recuperação, pelo que a empresa terá como fim útil o respetivo encerramento. Tratando-se o setor automóvel de um setor estratégico para Portugal, existindo instrumentos que permitam ao Estado acionar mecanismos de apoio à salvaguarda e manutenção de empresas como a Cablerías não se justifica esta inação do governo”, acusa a deputada Marina Gonçalves.

O grupo Cablerías sempre foi considerado um pilar fundamental, na esfera nacional e internacional, para o setor automóvel, com a produção de sistemas de cablagem de distribuição elétrica e eletrónica. Sedeada em Espanha, a empresa está em Portugal desde 2009.