

PS diz que a falta de professores não se resolve com números ilusórios
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Porfírio Silva sustentou que a falta estrutural de professores não se resolve com um “ilusório milagre instantâneo”, como o ministro da Educação tenta fazer crer, e lamentou que este problema tenha desaparecido nas manchetes.
Numa intervenção em que teceu várias críticas ao governante Fernando Alexandre, Porfírio Silva assegurou que o que se passa no Ministério da Educação está espelhado numa notícia que saiu ontem num jornal diário: “Falta de docentes agravou-se, mas o problema deixou as manchetes”.
“‘Falta de docentes agravou-se, mas o problema deixou as manchetes’. É isto que se passa com o Ministério da Educação”
Quando o PSD estava na oposição, “era tudo fácil e rápido de resolver”, mas com um ano e meio de Fernando Alexandre existe apenas “habilidade para amaciar as manchetes”, atacou.
O socialista deixou um conselho ao ministro: “A falta estrutural de professores não se resolve usando hoje uns números para tentar criar um ilusório milagre instantâneo, para amanhã, perante o desmentido da realidade, dizer que os números afinal não eram fiáveis e, logo a seguir, para disfarçar a imprudência, encomendar uma auditoria que vem confundir mecanismos de colocação de professores com sistemas de informação”.
Porfírio Silva criticou o corte “às fatias” da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, que “faz recear que, como já aconteceu no passado, a educação de adultos volte a ser vítima do prejudicial desinteresse da direita”. E o mesmo se pode dizer da rede das bibliotecas escolares e do Plano Nacional de Leitura.
“Também preocupa um certo alheamento do Ministério de Educação face a algumas das suas responsabilidades sociais, como aconteceu ao causar sérios problemas de funcionamento a muitas comissões de proteção de crianças e jovens, com a retirada abrupta de professores que aí exerciam funções críticas”, acrescentou.
O vice-presidente da bancada do PS comentou, em seguida, que “ouvir o ministro dizer que os professores ‘perdem a sua aura’ quando se manifestam faz recear que, para lá das manchetes, existe a pouca vontade real de diálogo”.
Proposta do PS sobre gestão das escolas é reformista
Como o Partido Socialista é uma “oposição de proposta”, apresentou um projeto de lei que introduz alguns melhoramentos no modelo de gestão dos agrupamentos e escolas não agrupadas.
“As modificações propostas vão no sentido de reforçar a combinação dos valores de liderança, colegialidade, garantia de serviço público, eficiência na prossecução dos objetivos, participação, trabalho colaborativo, valorização das lideranças intermédias, reforço da inserção da escola na comunidade, mas libertando-a da contaminação por dinâmicas político-partidárias locais”, explicou o deputado do PS.
Porfírio Silva salientou que “a proposta do PS sobre gestão das escolas é reformista”, tendo sido introduzidas “melhorias que respondam às lições da experiência acumulada e acrescentam democracia e participação”.