Nota à Comunicação Social
Santinho Pacheco quer apoio do Presidente da República contra extração de urânio na fronteira com Portugal
Nota à Comunicação Social
O deputado do PS Santinho Pacheco, eleito pelo círculo da Guarda, pediu solidariedade ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para com os autarcas de Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo, que tentam travar a exploração de urânio na província de Salamanca, em Espanha, tendo convidado o Chefe de Estado a uma visita a estes municípios.
Depois de uma visita da Comissão Parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação a Salamanca, Ayuntamientos de Boada, Retortillo e Villavieja de Yeltes, a cerca de 40 km de Portugal, o deputado socialista, que fez parte da comitiva, pôde constatar que existe uma empresa australiana nessa zona remota e despovoada do território espanhol que quer extrair urânio a céu aberto em milhares de hectares hoje ocupados por carvalhos e azinheiras centenárias, com lavagem de terras e o perigo da condução das águas utilizadas para a bacia hidrográfica do Douro, através do rio Yeltes.
“As consequências desta prática serão mais graves para os territórios raianos portugueses que para a província de Salamanca”, alerta o deputado, justificando que “os ventos dominantes são de leste, as águas correm para ocidente e o Douro é um ativo português de que depende o abastecimento público de centenas de milhares de pessoas”.
Santinho Pacheco revelou ainda que decorrem, desde 2013, “estudos e trabalhos preparatórios do terreno sob a autorização e deferimento do impacto ambiental da Junta de Castilla y Leon, sem qualquer contacto ou informação válida às autoridades portuguesas, locais ou nacionais”.
“As terras de fronteira do distrito da Guarda já perderam tudo e a esperança de quem resiste tem muito a ver com a natureza, com a qualidade de vida”, defendeu.
| “Não deixemos que nos tirem agora a saúde, ouvimos dizer aos autarcas de Almeida”
Assim, o socialista Santinho Pacheco solicitou a ajuda do Presidente da República, pedindo para visitar os territórios de Riba-Côa num gesto de solidariedade para com os raianos, sendo também “um sinal que chega a Espanha”. “A vizinhança tem de ser consequente”, asseverou numa carta enviada para Belém. Trata-se de “um problema grave e preocupante do ponto de vista ambiental e económico numa das zonas mais despovoadas e envelhecidas do país”, sublinhou.
Gabinete de Imprensa GPPS
Lisboa, 28 de fevereiro de 2018