Nota à Comunicação Social
Lajes: Lara Martinho satisfeita por Estado assumir o que os EUA não cumprirem em matéria de descontaminação
Nota à Comunicação Social
A deputada do PS eleita pelos Açores, Lara Martinho, mostrou satisfação pelo compromisso manifestado hoje pelo Estado português em acompanhar as autoridades norte-americanas na descontaminação da ilha Terceira. Este compromisso foi firmado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, numa audição na comissão de especialidade, a pedido do Partido Socialista, para fazer um ponto situação do dossier da Base das Lajes, nomeadamente em matéria de descontaminação da ilha Terceira, decorrentes da última Comissão Bilateral Permanente Portugal/EUA.
Santos Silva salientou uma nova atitude dos EUA, com a assunção das responsabilidades próprias e da necessidade de trabalhar com as autoridades nacionais na concretização dessas responsabilidades, referindo ainda evoluções positivas tendo em conta que “no sítio 3001 existiu uma evolução positiva e sobretudo porque os EUA decidiram reanalisar sítios que até agora não tinham aceite. “As questões da contaminação/descontaminação estão a ser acompanhadas de forma a que nós tenhamos os meios para ou acompanhar as autoridades norte-americanas no trabalho da descontaminação da ilha Terceira ou na substituição das autoridades norte-americanas quando elas não procederem em tempo devido à descontaminação, ou nós próprios, por nossa iniciativa, procedermos às reanálises necessárias”.
O esclarecimento foi feito depois de a deputada terceirense ter reforçado a necessidade de todas as medidas de descontaminação serem identificadas e implementadas em tempo útil, do reforço da monitorização, e acompanhamento em tempo real da evolução dos locais contaminados e a garantia de rigor, seriedade e transparência no tratamento deste dossier, pedindo um esclarecimento sobre o papel do Estado neste processo.
Lara Martinho reiterou: “É urgente reforçar as ações de limpeza e descontaminação nas áreas e locais já claramente identificados como contaminados, é urgente desenvolver todas as ações necessárias em locais cujo padrão de contaminação ou não é totalmente conhecido, ou não é conclusivo, é urgente agir globalmente na totalidade dos sítios identificados como contaminados só assim se permitirá resolver, satisfatoriamente, a descontaminação na ilha Terceira”.
A deputada mostrou ainda preocupações com as questões de reputação da ilha. “Mais do que nunca é necessária transparência e um esclarecimento total e cabal sobre a real situação da ilha Terceira, temos de tomar medidas urgentes, para que se tente evitar uma destruição reputacional que dificilmente será reversível”, afirmou a deputada do PS, que lamentou um conjunto de ‘fake news’ que dão conta da existência de um “paraíso tóxico” e de uma ilha “radioativa”. As notícias, disse, tornaram-se virais chegaram à Alemanha, ao Reino Unido, ao Brasil, aos EUA. “Esta mediatização da descontaminação será sem dúvida mais nociva para o futuro da Terceira do que a real contaminação existente na ilha”, defendeu ainda, apontando o dedo ao deputado do PSD António Ventura, que tem responsabilidades ao “anunciar aos sete ventos que há um povo a morrer na ilha Terceira”. “O PSD e em particular o Sr. deputado António Ventura vai ficar com a responsabilidade de ter iniciado este alarmismo injustificado que levou a estas notícias falsas, que prejudicam gravemente a nossa ilha. Este injustificado alarmismo prejudica a Terceira e os dois sectores de atividade que alavancam o crescimento económico da nossa ilha: o turismo e a agricultura”, denunciou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que a informação disponível relativamente às preocupações ambientais e de saúde na ilha Terceira, Açores, “não mostram nenhuma prevalência adicional na Praia da Vitória em comparação com outros pontos específicos” do arquipélago. “Não temos nenhuma informação até agora que permita identificar um problema nesta área; as informações que temos são as que foram tornadas públicas pelo centro de oncologia dos Açores, que comparam séries de prevalência oncológica na localização da Praia da Vitória com outras nos Açores até 2011, e não mostram nenhuma prevalência adicional na Praia da Vitória em comparação com outros pontos do território açoriano”, disse Augusto Santos Silva.
“Ninguém diz que os problemas não existem, há solos que estão identificados uns estão tratados outros estão em tratamento, há solos que não sabemos ainda se tem ou não riscos potenciais e estamos a procurar saber, e estas questões ambientais e de saúde pública são suficientemente graves para exigir de nós atenção, seriedade e rigor.” Mas insistiu que “o LNEC, que faz a monitorização da qualidade da água confirma que mais uma vez nas últimas analises que a qualidade da água que é abastecida a população da Praia da Vitória é boa, está conforme todas as normas de segurança.”
Nota: 1) Link de intervenções vídeo: https://we.tl/uNsN94lRJw
Gabinete de Imprensa GPPS
Lisboa, 28 de fevereiro de 2018