

AR aprova voto de pesar pelo falecimento do conceituado construtor de guitarras Gilberto Grácio
O Parlamento aprovou hoje, por unanimidade, o voto de pesar apresentado pelo Grupo Parlamentar do Partido Socialista pelo falecimento de Gilberto Grácio, “uma personalidade ímpar no panorama cultural português”.
No texto, os deputados do PS lembram que, “com apenas 12 anos”, Gilberto Grácio começou a construir instrumentos musicais na oficina do seu pai, João Pedro Grácio Júnior.
“Das suas mãos saíam guitarras e violas de atestada qualidade sonora, perfeitas e de beleza incomparável, adquiridas por quase todos os músicos profissionais, casos de Artur e Carlos Paredes, António Chaínho, Sérgio Godinho, Paco Bandeira, Rui Veloso e até Jimmy Page, que lhe solicitou a construção de uma guitarra portuguesa”, recordam.
Os socialistas apontam ainda que, da colaboração com Carlos Paredes, resultou “a criação de um novo cordofone, o guitolão, apresentado em junho de 2005”, que é “idêntico à guitarra portuguesa, mas de maiores dimensões”.
“Em setembro de 2003 abriu uma oficina de formação através do Instituto de Emprego e Formação Profissional e da Câmara Municipal de Oeiras, no Alto da Loba, em Paço de Arcos, com o intuito de não deixar perder a tradição da arte de construir a guitarra portuguesa”, frisam os parlamentares.
Gilberto Grácio foi várias vezes reconhecido pelo seu trabalho, tendo sido condecorado, a 5 de outubro de 2002, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Comenda da Ordem do Mérito.
Assim, a Assembleia da República prestou homenagem e exprimiu o seu pesar pela morte do “mais antigo e conceituado construtor de guitarras”, Gilberto Grácio, aprovando o voto de pesar por unanimidade.