A AD que meta a viola no saco
Já estamos a tempo de avaliar a agenda de Montenegro para o crescimento económico e a carga fiscal: a economia cresceu bastante abaixo dos 3% e a carga fiscal não caiu, mas aumentou!
O Sarmento do crescimento económico é o mesmo Miranda da carga fiscal, ambos falharam, ambos não contaram a história certa e mentiram para obter votos.
O Sarmento foi muito vocal sobre o que ele dizia ser o crescimento económico débil. Para o ainda ministro e antigo líder parlamentar da bancada do PSD, era muito fácil colocar a economia a crescer acima dos 3%. Dizia tudo isto, ele e muitos outros, como crítica ruidosa ao Governo socialista. Curiosamente, tinha sido, este Governo, o único na história da democracia, a colocar o país a crescer, durante mais anos seguidos, acima da média da UE, convergindo durante sete dos oito anos em que governou.
Pois bem, era fácil assegurar crescimentos robustos, propalava o Governo de Montenegro e o segredo parecia estar na redução da carga fiscal. Já estamos a tempo de avaliar a agenda de Montenegro para o crescimento económico e a carga fiscal: a economia cresceu bastante abaixo dos 3% e a carga fiscal não caiu, mas aumentou! De resto, o crescimento económico, com o
Governo socialista, foi sempre (exceto na pandemia) – desde 2016 até 2023- superior às previsões do quadro macroeconómico do Sarmento para 2025 e, pasmem-se, ainda ninguém explicou ao povo o que falhou para terem retirado 6,4 mil milhões do bolso das famílias e empresas em impostos e contribuições.
O Sarmento do crescimento económico dizia ter uma fórmula para colocar o país a crescer acima dos 3%. O que falhou nessa fórmula mágica? Porventura, algo semelhante à fórmula académica que divulgou em 2017, afirmando que era possível colocar a dívida abaixo dos 100% do PIB em 2029. Também se enganou redondamente. O Governo socialista obteve esse feito em 2023, seis anos antes do que o Miranda achava ser teoricamente possível.
Mas há uma outra conclusão. Nenhum destes maus resultados manteve o registo das contas certas que herdaram do Governo socialista. Não foi isso, porque aí também falharam: a dívida cresceu menos e o saldo foi uma coisinha pouca para não envergonhar muito! O Miranda fez “trinta por uma linha” para afirmar um caminho que passava pela redução de impostos. Sabemos que não cumpriu em toda a linha porque aumentou os impostos sobre os combustíveis. Mas, mais alarmante para avaliação da idoneidade política, foi que a carga fiscal aumentou. Em síntese, fica apenas uma pergunta: têm mais ideias mágicas para a economia e as contas públicas ou está na hora de meterem a viola no saco?