

Aumento da competitividade não pode comprometer valores fundamentais da UE
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS João Paulo Rebelo frisou hoje que o Governo português deveria defender no próximo Conselho Europeu que o aumento da competitividade “não pode pôr em causa o respeito pelos compromissos ambientais e pelos valores fundamentais em que se funda a União Europeia”.
João Paulo Rebelo, que intervinha no debate preparatório do Conselho Europeu com a presença do primeiro-ministro, sublinhou a necessidade de se cumprir a Agenda Europeia dos Direitos Sociais, onde “a Agenda para o Trabalho Digno é absolutamente fundamental”.
O socialista alertou para a importância de se reconhecer as “mudanças profundas e aceleradas que estão a ocorrer no mundo e tudo fazer para que possamos manter uma posição relevante sobretudo no que diz respeito ao que são os valores fundamentais” da União Europeia, como a “defesa da paz, da prosperidade dos povos, o respeito e a defesa intransigente dos direitos humanos e dos valores democráticos”.
“O Mercado Único, ao longo dos últimos 30 anos, revelou-se muito importante para a solidificação da nossa União. O PS defendeu e defende a importância deste mecanismo de desenvolvimento económico e social – reconhecendo que nem tudo são vantagens – e, por isto mesmo, a importância de permanentemente pensar e repensar as suas premissas base de forma a que possa servir os interesses dos povos europeus como um todo”, sustentou.
O vice-presidente da bancada socialista recordou em seguida a crise das dívidas soberanas vivida no final da primeira década deste século, em que “a resposta que a União Europeia deu foi dramática”.
Ora, “todos nos lembramos bem das políticas de austeridade financeira que nos foram impostas e que, no caso particular do nosso país, tão acriticamente – para não dizer entusiasticamente – foram seguidas pelo Governo da PàF” de Pedro Passos Coelho, mencionou.
O que contrasta com a “resposta bem distinta” que a União Europeia deu na crise sanitária da Covid. João Paulo Rebelo sublinhou a “resposta solidária que evidenciou bem que, quando pensamos no todo europeu e não nos interesses de poucos, ultrapassamos melhor as dificuldades”.
Nessa altura, Portugal contava com um primeiro-ministro – António Costa – “que tinha esta visão e que tinha uma voz respeitada no Conselho Europeu”, congratulou-se o socialista, questionando Luís Montenegro se parte para a missão de representar Portugal no Conselho Europeu “imbuído no espírito da solidariedade”, algo que reconheceu não ser uma tarefa fácil.