

Combate à violência escolar tem de ser um compromisso de todas as forças democráticas
A deputada do PS Rosário Gambôa defendeu hoje que “numa escola sem paz e sem clima de concórdia não haverá sucesso educativo” e alertou para a “polarização crescente das nossas sociedades”, que fomenta “uma cultura de segregação”.
Rosário Gambôa, que apresentava o projeto de resolução do PS que recomenda uma análise compreensiva das ocorrências de violência em contexto escolar, salientou que “a violência não se combate com políticas simplistas que ignoram a complexidade dos problemas”.
A violência não se combate “com políticas autoritárias, repressivas, enunciadas através de apelos emocionais inflamados, geridas em função de oportunismos de ocasião, medidas que não serenam, não unem, não curam feridas, antes canalizam a insegurança e o medo para alvos frágeis, escamoteando a verdade factual”, vincou.
Destacando que “não precisamos de violência na linguagem”, a coordenadora dos socialistas na Comissão de Educação e Ciência explicou que “a violência em meio escolar é um fenómeno complexo” com várias causas, sendo que “todas elas extravasam os muros da escola”.
Ora, “a polarização crescente nas nossas sociedades tem fomentado uma cultura de segregação, discriminação do outro que corrói os elos humanos onde se funda o sentido de comunidade”, frisou a socialista, dando exemplos como “a hiperbolização da imigração como tema central, os fenómenos de bullying e a cultura de ódio que grassa nas redes sociais”.
“Não precisamos de violência na linguagem”
O Grupo Parlamentar do PS considera “que a primeira exigência que se coloca quando se pretende assegurar um clima de paz nas escolas é compreender as raízes fundas onde a violência se gera e alimenta, pois estas raízes têm de ser também o ponto nodal das políticas educativas”, indicou.
“Entre as causas transversais de violência, a exclusão social e os problemas de integração são condicionantes estruturantes”, esclareceu Rosário Gambôa, referindo que, por isso mesmo, “foram o alvo e o eixo central das políticas socialistas durante os seus anos de governação, apostando na integração, na inclusão, no desenvolvimento de conhecimentos de competências e atitudes, promovendo o progresso social e a participação democrática conforme os fins que a Constituição consagra à educação”.
E apontou a integração no currículo e nas práticas da escola da área formativa a educação para a cidadania como “uma das estratégias maiores do programa socialista”. “Pensada de forma transversal e flexível às opções da escola, adaptada aos diversos níveis educativos, a estratégia nacional de educação para a cidadania aborda um conjunto de temáticas cruciais às sociedades contemporâneas”, disse.
Rosário Gambôa deu também o exemplo da Escola Segura, lançada em 1992, tendo-lhe o Governo do PS conferido um âmbito nacional em 2017 “com vista a garantir a segurança no meio escolar e na sua envolvente”.
“Este combate profundo deve ser um compromisso de todas as forças democráticas neste Parlamento”, apelou a deputada do PS.