
Construção de passagem de nível no Parque das Gerações é um erro
O deputado do PS Miguel Costa Matos declarou hoje, no Parlamento, que a “Assembleia da República não pode ficar indiferente à destruição” do Parque das Gerações, em Cascais, e, por isso, recomenda que seja classificado como equipamento de interesse público.
“Este é um debate sobre a supressão da passagem de nível da estação ferroviária de S. João do Estoril, na segunda linha urbana mais movimentada do país, com mais de 30 milhões de passageiros por ano, onde ainda ontem faleceu tragicamente um jovem de 18 anos, a quinta vítima mortal dos últimos anos”, referiu o socialista durante a apresentação do projeto de resolução do PS que recomenda ao Governo que classifique o Parque das Gerações de Cascais como equipamento de interesse público.
Alertando que “esta é uma passagem de nível que urge acabar”, Miguel Costa Matos lembrou que, em 2009, “com um Governo socialista, a Câmara Municipal de Cascais, que já era governada pelo PPD/PSD, assinou um protocolo para a construção de uma passagem inferior rodoviária, tendo ficado definido que seria da responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais a realização do projeto de execução, a aquisição de terrenos e a execução da obra”.
No entanto, “passaram-se 14 anos e nada fizeram”, lamentou.
Já em 2011, “por proposta da Juventude Socialista de Cascais, nasceu o Orçamento Participativo nesse município” e, logo na primeira edição, o Parque das Gerações venceu, tendo sido inaugurado em 2013. “Em 2017, os cidadãos organizaram-se mais uma vez e o Parque das Gerações venceu para uma obra de expansão e melhoramentos, que já se iniciou e esperamos que, em breve, possa ser concluído”, disse.
Porém, “pouco depois, para sonegar a vontade dos cidadãos, a Câmara Municipal de Cascais começou a preparar uma alteração ao plano diretor municipal para que a passagem inferior rodoviária deixasse de passar na Rua Brito Camacho e passasse a desembocar à porta do Parque das Gerações”, uma zona onde passam muitas crianças, denunciou o socialista.
Dirigindo-se a todas as bancadas, Miguel Costa Matos asseverou que “se o erro do ordenamento do território é uma matéria de autonomia do poder local, a Assembleia da República não pode ficar indiferente à destruição deste equipamento desportivo”.
Assegurando que “é uma opção de Carlos Carreiras construir ali a passagem de nível e ameaçar factualmente o Parque das Gerações”, o deputado do PS defendeu que “fica ao juízo de cada um a razoabilidade de não cumprir com o protocolo de 2009 e de deixar por cumprir as responsabilidades que assumiu”, bem como “a razoabilidade de chamar populistas a 8.500 pessoas que assinaram esta petição e que lutam para proteger um equipamento que prezam”.
“Da parte do Partido Socialista, não lhes chamamos populistas nem mentirosos, chamamos-lhes cidadãos”, vincou.