
Deputados do PS solidários com Pedro Abrunhosa repudiam “propósitos intimidatórios” da embaixada russa
Um grupo de deputados do Partido Socialista tomou posição em solidariedade com o cantor e compositor Pedro Abrunhosa e repudiou os “propósitos intimidatórios” do comunicado emitido pela embaixada da Rússia em Portugal a propósito de um concerto em que o artista protestou contra a guerra na Ucrânia.
Em comunicado, os deputados Francisco César, Paulo Pisco, Edite Estrela, Nathalie Oliveira, Diogo Leão, Jamila Madeira, João Pedro Matos Fernandes, Tiago Estêvão Martins, Anabela Real, José Iglésias, Eunice Pratas, Maria João, Susana Correia, Gil Costa, Cláudia Santos, que integram a comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, consideram “totalmente inaceitável” o comunicado da embaixada da Rússia em Lisboa contra o artista.
Para os deputados socialistas, Pedro Abrunhosa, num concerto realizado no passado dia 2 de julho, em Águeda, “protestou, à sua maneira e no uso das suas liberdades contra uma guerra que dura há demasiado tempo e já causou demasiadas vítimas, destruição e sofrimento”.
Os parlamentares do PS, que se associam assim às várias declarações de condenação da posição da representação diplomática da Federação Russa, entre as quais do Ministério dos Negócios Estrangeiros, consideram que “os propósitos constantes do referido comunicado consubstanciam um inaceitável condicionamento da liberdade de expressão, atentatórios dos direitos, liberdades e garantias do Estado de Direito em Portugal”.
“Por mais que a Federação Russa tente calar a indignação pela bárbara e desumana agressão que a Ucrânia sofre já há mais de cinco meses, a imensa destruição com várias cidades totalmente arrasadas, os milhares de mortes militares e civis, e as consequências brutais a nível global em termos alimentares e energéticos convocam todas as vozes do mundo livre a condenar a agressão russa e a apelar à paz e respeito pelas fronteiras da Ucrânia e pela soberania do seu povo”, sustentam os deputados.
Para os subscritores, “os propósitos intimidatórios a um artista” são também “uma intimidação a todos os artistas e cidadãos portugueses, pelo que não é tolerável” que a embaixada da Federação Russa “esteja a agir contra os direitos e liberdades consagrados na Constituição”.
“Merece, por isso, o nosso mais veemente repúdio”, rematam os deputados socialistas.