

Estado social não faltou aos portugueses durante a pandemia
A presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Ana Catarina Mendes, assinalou hoje, no Parlamento, a “diferença entre a direita e a esquerda” portuguesas pela forma como o país foi governado em momentos de crise, tendo o Executivo do PS respondido à crise pandémica com um Estado mais forte, mantendo os postos de trabalho e a proteção social.
“Na semana em que iniciamos o desconfinamento é preciso darmos uma palavra de confiança, de estímulo, de otimismo com a necessária dose de realismo”, uma vez que “sabemos que não vencemos ainda esta crise, mas que tudo estamos a fazer para ganhar o futuro com este plano de desconfinamento, com a vacinação e também com a recuperação económica e social que queremos do país”, começou por dizer a líder parlamentar do PS durante o debate com o primeiro-ministro, António Costa, sobre política geral.
Respondendo às críticas do deputado único do Chega, Ana Catarina Mendes frisou que “em momentos particularmente exigentes e de crise é absolutamente essencial” dar respostas “realistas, moderadas, ponderadas, equilibradas, mas que respondam de facto aos problemas das pessoas, não com simplicidade, não com grandes slogans”.
Aos portugueses que se viram “confrontados ou com uma perda de rendimentos fruto da atividade encerrada, ou que mantiveram o seu posto de trabalho, mas tiveram de ir para casa”, o “Estado não lhes faltou”, asseverou a dirigente socialista, que vincou que o “Estado social forte respondeu com proteção social, com a extensão do subsídio de desemprego, com o aumento do subsídio social de desemprego, com uma nova prestação social para que ninguém pudesse ver os seus rendimentos serem diminuídos”.
“E esta é a diferença entre a direita e a esquerda: nesta crise o Estado social não respondeu com cortes, não cortou rendimentos, não aumentou impostos, o Estado social manteve o posto de trabalho, manteve a proteção social”, sublinhou a presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Ana Catarina Mendes considerou depois “notável” que nenhum partido tenha destacado, durante o debate, o “esforço hercúleo no Serviço Nacional de Saúde não só no investimento em dinheiro, como em mais profissionais de saúde”. “São mais dez mil profissionais de saúde no último ano e isso permitiu responder à crise sanitária”, assegurou a dirigente socialista, que mencionou que muitos destes partidos reclamaram, ao longo do último ano, “mais e mais investimento no Serviço Nacional de Saúde”.
“Podemos olhar para o futuro com confiança”, garantiu Ana Catarina Mendes, que deu o exemplo da vacina contra a Covid-19. “Independentemente do avanço que nós achamos que houve neste último ano, demorava uma década para encontrar uma vacina e num ano foi possível encontrarmos esperança numa vacina”, afirmou.
Economia portuguesa demonstrou resiliência
A presidente da bancada do PS salientou depois que, “apesar desta crise, no quarto trimestre do último ano a nossa economia demonstrou resiliência”, já que ao longo de cinco anos o Executivo socialista apostou numa “política económica e financeira que permitiu responder ao longo deste ano à crise”.
Referindo-se ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), Ana Catarina Mendes lembrou que este precisava dos contributos de todos os partidos. Ora, na discussão realizada em setembro na Assembleia da República, “a única proposta que surgiu foi do deputado Rui Rio, que disse que não vale a pena aumentar o salário mínimo nacional em 2021, porque as contas públicas vão ‘ao ar’”.
“Precisamos de ganhar o futuro também com este Plano de Resiliência”, apelou a parlamentar.
“Se é verdade que, com esta crise, destapámos algumas das debilidades estruturais que temos, e fomos respondendo, é verdade que é preciso continuar a dar respostas”, e a principal resposta é a qualificação dos portugueses, defendeu Ana Catarina Mendes, que indicou algo que “ninguém se apercebeu” em ano de pandemia – “a taxa de insucesso escolar baixou significativamente, como já não baixava há muito tempo”. E congratulou-se: “Há sinais positivos na qualificação dos portugueses”.
Ana Catarina Mendes terminou a sua intervenção com uma certeza: “Se formos capazes de manter os rendimentos, de apoiar a economia, de proteger os que mais dela precisavam, temos de ser capazes, em conjunto, de vencer com um bom plano de desconfinamento, um bom plano de vacinação e um bom projeto de recuperação económica e social, porque é isso que os portugueses esperam de um Governo responsável, como tem sido o Governo do Partido Socialista”.
Governo tem dado a resposta necessária à economia
Já o vice-presidente da bancada do PS João Paulo Correia felicitou o Executivo por dar “respostas necessárias à economia e às famílias” em momentos tão difíceis.
“O Governo apresentou há dias o reforço orçamental e o alargamento das medidas de apoio à economia, às empresas, bem como às famílias”, recordou o parlamentar, que apontou que o reforço orçamental é de “sete mil milhões de euros, sendo que 1.600 milhões desse montante são a fundo perdido”.
Para João Paulo Correia, “este conjunto de medidas e o reforço orçamental tem permitido segurar o nível de emprego”, e comparou Portugal com outros países do espaço europeu, onde se vê “o emprego a cair de uma forma mais abrupta do que em Portugal muito por conta destas medidas”, que “visam encorajar as empresas em recuperação da sua atividade e por isso é que os empresários e as empresas começam a olhar muito para o PRR”.
João Paulo Correia considerou que “tem sido importante a comunicação do Governo, e principalmente do primeiro-ministro, na informação que está a passar para as empresas e os seus decisores”.
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS lembrou ainda que, “recentemente, a Comissão Europeia decidiu que vai suspender as regras orçamentais do Tratado Europeu relativamente ao défice e à dívida, que permite que o nosso país consiga programar melhor as medidas para 2021 e para 2022 de apoio à economia e às empresas”.