A deputada do PS Edite Estrela exortou a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE) a “enviar uma mensagem ao Governo da Geórgia, aos partidos da oposição e ao povo georgiano” a assegurar que está do lado “daqueles que lutam pela democracia, pelo Estado de direito e pelos direitos fundamentais” e que “não fechará os olhos à repressão”.

Edite Estrela, que é correlatora para monitorização da Geórgia e participou na missão de observação das eleições legislativas realizadas a 26 de outubro de 2024, disse na APCE que estas eleições, “que deveriam ter sido uma reafirmação da confiança do povo georgiano nos processos democráticos, lançaram, em vez disso, uma sombra sobre o futuro do país”.

“As eleições tiveram lugar num contexto de profunda polarização política numa sociedade completamente dividida, bem como de descontentamento social generalizado devido à adoção de legislação controversa”, vincou.

De acordo com relatórios de observadores, da sociedade civil e de partidos da oposição, houve sérias questões sobre a integridade destas eleições, com alegações de manipulação eleitoral, intimidação de eleitores e irregularidades. No entanto, para Edite Estrela, “o dia das eleições foi bem organizado, o que não significa que o processo eleitoral tenha decorrido de acordo com os parâmetros democráticos defendidos pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa”.

A presidente da delegação portuguesa à APCE admitiu que lamenta a “sub-representação das mulheres nas listas e na campanha”, e mostrou-se “profundamente preocupada com a situação atual, tendo em conta os relatos de violência contra manifestantes, jornalistas e membros de partidos da oposição”.

Edite Estrela sustentou que “o povo da Geórgia merece um futuro pacífico e democrático” e garantiu que a APCE continua “empenhada em apoiar a Geórgia no seu caminho para o aprofundamento da democracia e a adesão à União Europeia”.