

Governo é um fator de instabilidade política
A presidente do Grupo Parlamentar do PS, Alexandra Leitão, estranhou hoje a conceção de democracia do primeiro-ministro, que diz ter “mais que fazer” do que responder ao Parlamento, e assegurou não haver dúvidas de que o Governo “é um fator de instabilidade política”.
Durante a moção de censura ao Governo apresentado pelo PCP, Alexandra Leitão criticou o primeiro-ministro por lidar “mal com o escrutínio e com a transparência”, preferindo “o silêncio” ou lançar “uma cortina de fumo sobre aquilo que verdadeiramente interessa num enredo de detalhes inúteis e excessivos”.
Luís Montenegro “foge tanto ao escrutínio que prefere lançar o país na instabilidade, apresentando uma moção de confiança, do que sujeitar-se democraticamente a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que aliás parece demonstrar temer”, lamentou.
“Primeiro-ministro lida mal com o escrutínio e com a transparência”
Perante a recusa de Luís Montenegro em dar esclarecimentos sobre a sua empresa – a mesma pessoa que “foi tão exigente em tantas situações com o anterior Governo” –, o Partido Socialista nada mais podia fazer do que “usar os instrumentos parlamentares, como o próprio Presidente da República sugeriu, para obter os esclarecimentos a que os portugueses têm direito, requerendo potestativamente uma Comissão Parlamentar de Inquérito”, explicou a presidente da bancada do PS.
No entanto, o país ficou a saber no debate de hoje que “o primeiro-ministro tem ‘mais que fazer’ do que responder a este Parlamento, aos jornalistas, aos cidadãos”. “Estranha conceção de democracia”, comentou Alexandra Leitão.
A presidente do Grupo Parlamentar do PS disse mesmo que “o primeiro-ministro quer ir a eleições sem escrutínio, porque tem medo desse escrutínio e pretende relegitimar-se em eleições”. Dirigindo-se a Luís Montenegro, garantiu que “nem os portugueses se deixam enganar, nem o voto popular legitima irregularidades praticadas pelos políticos”.
No final da sua intervenção, Alexandra Leitão clarificou que um primeiro-ministro em funções não pode ser avençado.