O deputado do PS Pedro Vaz acusou hoje o Governo da AD de ter falhado “na gestão e liderança da crise” durante a quebra de fornecimento de energia elétrica em Portugal, na passada segunda-feira, algo que “não é inédito”, e agradeceu a “liderança profissional, cívica e social dos portugueses”.

No debate, requerido pelo PCP, sobre o apagão elétrico do início desta semana, Pedro Vaz mencionou que, na sequência do incidente, “o Governo anunciou – e bem – a constituição de uma Comissão Técnica Independente para avaliar o sucedido no sistema elétrico nacional e anunciou medidas relativas aos centros electroprodutores ‘black start’, que já se encontravam planeados pelo Governo anterior e pela REN”.

“Decidiu, ainda, uma avaliação ao SIRESP, esquecendo-se de referir e ignorando o trabalho que lhe foi deixado em matéria de interoperabilidade com a rede de comunicações da Defesa Nacional e o procedimento para a implementação de um sistema de difusão celular que lhe teria permitido – querendo – enviar SMS para todos os cidadãos, mesmo sem comunicações móveis”, vincou.

Pedro Vaz criticou, em seguida, a falta de organização e troca de pastas do Governo, considerando que “ficou sem energia na passada segunda-feira”. E exemplificou: “O ministro das Infraestruturas, porque engenheiro eletrotécnico, ficou com a parte da resolução técnica do problema da falha de energia, esquecendo-se de tratar do caos no aeroporto. O ministro da Presidência, com a gestão tática operacional, o INEM e a direção executiva do SNS. O ministro da Economia, com as farmácias e o primeiro-ministro, com a articulação e, pelo que se leu, com o combustível da Maternidade Alfredo da Costa”.

Lamentando o desaparecimento das ministras do Ambiente e Energia, da Administração Interna e da Modernização Administrativa, o deputado socialista sustentou que, “apesar da clara falta de liderança do Governo”, as “estruturas do Estado, da sociedade civil e os cidadãos tiveram de se substituir ao Governo naquilo que era a sua tarefa”.

“Não fossem as estruturas altamente profissionais, competentes e capacitadas da Proteção Civil, da segurança e serviços públicos essenciais, o país ainda hoje não tinha restabelecido a normalidade, garantiu.

“Quando falha a liderança política, sobra a liderança profissional, cívica e social dos portugueses”, comentou Pedro Vaz, recordando que esta situação “não é inédita”, tendo-se verificado “no ano passado nos incêndios e aquando da greve do INEM”. “O Governo falha a liderança e a gestão política, só não falha a propaganda”, lamentou.