
MNE faz “condenação inequívoca” da agressão militar da Rússia à Ucrânia
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, apelou hoje à Rússia para que, “em nome da humanidade”, faça “recuar as suas tropas para o seu próprio território”, acabando com o “ato de agressão à Ucrânia”, e lamentou a invasão militar a um Estado independente, que já causou a perda de “dezenas e dezenas” de vidas.
Augusto Santos Silva, que falava, no Parlamento, durante a reunião da Comissão Permanente sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, classificou esta como a “maior crise de segurança por que a Europa passa desde o fim da II Guerra Mundial”.
Assim, as primeiras palavras do governante português foram “de lamento e consternação pelas vidas que já foram perdidas em virtude desta agressão militar da Rússia à Ucrânia”. E fez uma “condenação inequívoca – sem ‘ses’ nem ‘talvez’, sem qualquer espécie de modelação – do ato de agressão militar armada da Rússia a um Estado soberano e independente”.
Augusto Santos Silva explicou que se trata de uma “invasão militar com intuitos de ocupação militar de um Estado soberano – a Ucrânia – por parte de outro Estado, a Federação Russa. Essa invasão militar configura uma violação ostensiva da Carta das Nações Unidas, da arquitetura de segurança europeia laboriosamente construída desde, pelo menos, os anos 70 do século passado e também dos próprios acordos de Minsk, que a Federação Russa subscreveu. É um ato de agressão praticado com uma duplicidade que raras vezes se viu com esta intensidade na cena internacional nas últimas décadas”.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros reiterou depois a disponibilidade de Portugal para acolher familiares e amigos dos cidadãos ucranianos a viver em Portugal e outros refugiados que resultem desta crise.
“Ontem, 202 cidadãos portugueses e luso-ucranianos estavam ainda na Ucrânia”, revelou o governante, que esclareceu que, como o espaço aéreo da Ucrânia está vedado, o Governo mobilizou hoje “meios para apoiar os portugueses e luso-ucranianos para que possam sair por via terrestre”.
Já esta manhã a embaixada portuguesa em Kiev tinha aconselhado os portugueses a sair da Ucrânia através das fronteiras polaca e romena.