Hortense Martins apela ao Governo que a criação de emprego inclua o interior que inova e exporta

A deputada do PS Hortense Martins considerou, no último debate quinzenal no Parlamento com a presença do primeiro-ministro, que “os portugueses têm mais confiança, vivem melhor e têm mais e melhor emprego”, depois de uma governação de direita em que reinaram as desigualdades sociais e a pobreza. 

A socialista eleita pelo círculo de Castelo Branco fez um retrato atual do país, que “continua a crescer e a convergir com a União Europeia, prevendo-se três anos consecutivos de crescimento”. “As empresas investem mais, exportam mais e criam mais emprego, a coesão social aumentou com a diminuição das desigualdades e da pobreza”, e a “coesão territorial está a progredir com uma estratégia bem clara que já deu alguns resultados, mas que tem que ser intensificada”, enumerou. 

“Podemos claramente dizer que há uma inversão de programas dos três ‘e’ protagonizado pelo anterior Governo do PSD/CDS – empobrecer, emigrar, encerrar –, que deram lugar a uma aposta em crescer, criar valor, criar mais e melhor emprego”, congratulou-se. 

Hortense Martins destacou depois alguns programas criados pelo atual Executivo que permitiram estas melhorias no país, como o SI (Sistema de Incentivos) Inovação, o programa Regressar – para fazer face ao “apelo desmedido incompreensível da direita” à emigração –, os programas Revive e Valorizar, este último que será alargado para mais cem milhões de euros. 

A socialista frisou também que “a reprogramação do PT2020 foi fundamental para dar resposta às empresas e às necessidades de apoio ao investimento”, e realçou novamente o SI Inovação, “que neste concurso tem o valor recorde, o que revela uma manifesta confiança dos empresários na nossa economia”. Estão previstos mais 16.250 empregos. 

60% dos apoios para criação de novas empresas são para o interior 

A criação de emprego também tem de ser feita “com uma visão de coesão territorial”, sendo fundamental incluir o chamado território do interior ou de baixa densidade. Ora, Hortense Martins clarificou que o interior não é apenas aquele “de que se fala e se vê nas televisões”, mas sim um território “onde existe inovação, laboratórios colaborativos e onde se exporta e há empresas todos os dias a lutar pela criação de emprego e pela afirmação destes territórios”. 

Respondendo à deputada socialista, o primeiro-ministro concordou que “este desenvolvimento tem que ser feito com coesão territorial”. Por isso, no âmbito da reprogramação feita pelo Executivo, “foi possível garantir um reforço de cinco mil milhões de euros de investimento nas empresas, mas – com algo muito importante – com uma reserva de 1.700 milhões de euros que só pode ser utilizada nos territórios de baixa densidade de forma a atrair para esses territórios mais empresas que gerem mais emprego e permitam fixar populações”, revelou. 

| “Aquilo que permitirá revitalizar o interior é a atração de empresas que gerem emprego, porque só o emprego fixa e atrai populações” 

António Costa referiu que vê “com muita satisfação que, neste primeiro concurso que foi feito, uma parte muito significativa deste novo investimento se dirija precisamente ao interior”. Ora, 30% do investimento total é dirigido aos territórios de baixa densidade num total de 720 milhões de euros. 

O primeiro-ministro disse ainda que, se se analisar os apoios para a criação de novas empresas, chega-se à conclusão que 60% “não se destinam a empresas para as grandes áreas metropolitanas, não se destinam a empresas para o litoral, destinam-se a empresas que se vão situar precisamente nos territórios de baixa densidade”. 

A parlamentar do PS concluiu felicitando a ambição do Governo em “assegurar a sustentabilidade e a convergência com a União Europeia para uma década”, tentando criar “um Portugal mais inclusivo não só socialmente, mas também territorialmente”.

Gabinete de Imprensa GPPS 

Lisboa, 25 de março de 2019