Lara Martinho satisfeita por Portugal ter assumido compromisso de ser neutro em carbono

A deputada do PS Lara Martinho congratulou o Governo por Portugal ter definido o objetivo de ser neutro em carbono em 2050, um “estruturante desafio” assumido há dois anos pelo primeiro-ministro na Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climatéricas, em Marraquexe, que “colocou o nosso país no pelotão da frente deste desígnio, assumindo a liderança no combate às alterações climáticas e o apoio ao Acordo de Paris”. 

“Garantir a neutralidade significa a alteração nos hábitos dos portugueses e é importante salientar que os setores de que mais se espera são os da produção de eletricidade e da mobilidade”, afirmou a parlamentar eleita pelo círculo dos Açores durante a audição conjunta dos ministros do Ambiente e Transição Energética e da Agricultura, na Assembleia da República. 

Segundo o ministro do Ambiente referiu, esta previsão e este compromisso não traduzem qualquer restrição à atividade económica, antes pelo contrário. 

“Aliás, dos três cenários avaliados, aquele que confirma a nossa capacidade de ser neutro em carbono é aquele em que a economia, bem como a população e até a mobilidade, mais crescem”, revelou a socialista. 

E, contrariando o que tem afirmado o PSD, “nada do apresentado será feito sem o apoio da sociedade, sem encarar os impactos sociais e sem proteger os mais vulneráveis”, garantiu.

Agricultura é o setor mais prejudicado por alterações climáticas 

Segundo Lara Martinho, “o que temos de assegurar é que a agricultura reduz 20% das suas emissões”, até porque se trata do setor mais prejudicado pelas alterações climáticas. 

Por isso, a socialista defende que as soluções “passam pela alteração da dieta da população, a redução das importações, a melhoria da produtividade, genética e maneio”. “Planear esta transição é a melhor forma de sermos todos vencedores”, asseverou. 

A deputada do PS lembrou mesmo que, a nível europeu, “existe já o compromisso de que 25% das despesas da União Europeia vão contribuir para os objetivos climáticos e que mais de 50% do Fundo Europeu de Desenvolvimento e do Fundo de Coesão serão alocados à digitalização e à economia de baixo carbono”. 

Lara Martinho apontou ainda que o Grupo Parlamentar do PS “regista a intenção manifestada de estímulo ao aumento das áreas de pastagem enquanto promotora da neutralidade carbónica”. 

O ministro da Agricultura garantiu à deputada que o Governo vai encontrar as melhores soluções conciliando a agricultura, enquanto importante atividade económica, e a neutralidade carbónica. 

Já o ministro do Ambiente revelou que a “singularidade das ilhas está contemplada neste roteiro” e sublinhou que a evolução do efetivo de bovinos não leiteiros cresce nos Açores, sendo que a redução dos bovinos leiteiros está em linha com os últimos anos. De salientar, ainda, que o Governo dos Açores já afirmou que irá definir as medidas a aplicar na Região, tendo em conta as particularidades dos Açores. 

Gabinete de Imprensa GPPS 

Lisboa, 25 de janeiro de 2019