Ministro garante ao PS que não há abandono das Lajes

O ministro Azeredo Lopes frisou ontem, durante a sua audição na Comissão de Defesa Nacional, que não é certo que seja criado um novo comando operacional da NATO, negando que existam candidaturas para localizações de estruturas de comandos. Em causa está uma notícia do semanário Expresso do último sábado que afirma que o “Governo não vai a jogo na reforma da NATO”, não se mostrando disponível para acolher o primeiro comando. 

“Não tenho conhecimento de que haja processos de candidaturas e posso garantir que ninguém apresentou candidaturas para esse efeito”, garantiu o ministro da Defesa Nacional, acrescentando que “fica portanto gravemente prejudicada a tese esdrúxula de uma renúncia do Governo a querer a participação numa qualquer estrutura de comando”. 

O governante vincou, dirigindo-se aos deputados, que “não há abandono das Lajes, não há renúncia a candidatura, não há processo concursal, não se desistiu antes de tempo, não se avançou nem deixou de avançar”. Azeredo Lopes revelou que apenas se discutiu, no plano teórico, se essa estrutura de comando devia ter várias localizações ou se pode ser aproveitada a estrutura ‘StrikforNATO’. 

Durante a audição do ministro, a deputada do PS Lara Martinho declarou-se “apreensiva” com a notícia do Expresso, defendendo que não é “consentânea com a posição que o Governo da República tem tido perante a Base das Lajes”. “Até porque o problema da segurança na área do Atlântico está cada vez mais na ordem do dia, devido à abertura de novas rotas marítimas pelo Ártico, mas também à expansão militar russa – terrestre e marítima – e que se reflete num aumento substancial do uso de submarinos russos no Atlântico”, explicou. 

Lara Martinho sublinhou que as Lajes reúnem “condições únicas para acolher uma estrutura de comando virada para o controlo das rotas marítimas no Atlântico, devido à sua localização geoestratégica”. 

Centro de Segurança Atlântica vai reforçar as capacidades das Lajes 

O ministro da Defesa Nacional revelou ainda, respondendo à deputada Lara Martinho, que o plano de implementação do Centro de Segurança Atlântica nas Lajes (CSA) já foi iniciado, tendo sido escolhido o edifício que irá acolher o centro. 

Segundo Azeredo Lopes, o Centro de Segurança Atlântica tem uma vocação própria: “Contribuir, com uma participação plurinacional, para uma reflexão e para uma operacionalização de mecanismos de segurança atlântica de formação, treino e capacitação”. O governante anunciou que o centro “aspira a poder vir a tornar-se um dos primeiros centros de excelência NATO”. 

O ministro da Defesa frisou também que a resolução de Conselho de Ministros para a criação do Centro de Segurança está pronta, estando em breve disponível para conhecimento o plano de implementação do Centro.

Gabinete de Imprensa GPPS

Lisboa, 17 de janeiro de 2018