Nota à Comunicação Social
PS em homenagem a Carvalho de Araújo no Parlamento
Nota à Comunicação Social
A Assembleia da República homenageou ontem os parlamentares mortos na I Guerra Mundial, descerrando uma placa comemorativa em honra de José Botelho de Carvalho Araújo, João Francisco de Sousa e José Afonso Palla. A cerimónia, presidida pelo Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, resulta de uma iniciativa do Grupo Parlamentar do PS aprovada por unanimidade no Parlamento.
O deputado do PS eleito por Vila Real Francisco Rocha foi um dos socialistas que se juntaram à cerimónia em honra dos três parlamentares, em especial Carvalho Araújo, natural daquele distrito e herói estimado dos trasmontanos.
“É um símbolo que só pode orgulhar a história do parlamentarismo português”, afirmou Francisco Rocha, que espera que a placa inaugurada permita que mais portugueses se interroguem sobre quem foram estes cidadãos.
Diogo Leão, que fez a intervenção em nome do Partido Socialista, invocou a memória dos combatentes que, “tendo a honra de servir Portugal como parlamentares da primeira República – senadores e deputados –, abdicaram de invocar o estatuto parlamentar que naturalmente conferia o direito ao exercício desses mesmos mandatos para partilharem com o povo português e com os seus camaradas do Exército e da Armada das necessárias mobilizações militares ditadas pelo desencadear da Grande Guerra”.
Os socialistas esperam que a “velha ética republicana” de Carvalho Araújo, João Francisco de Sousa e José Afonso Palla possam, passados mais de cem anos, inspirar tanto atuais como futuros deputados à Assembleia da República e que encontrem nestes a “inspiração, a firmeza, a coragem e a ética para prosseguir o bom trabalho quotidiano em prol do bem comum”.
Carvalho Araújo, cujo centenário da morte se assinalou em outubro passado em Vila Real, protagonizou um dos mais importantes combates da Marinha Portuguesa. O combate deu-se quando o navio que comandava escoltava o paquete San Miguel e foiatacado por um submarino alemão, o U139, comandado por von Arnauld de la Perière, durante o percurso do Funchal para Ponta Delgada.
O comandante Carvalho Araújo garantiu a fuga e sobrevivência de todos os tripulantes e passageiros do San Miguel, mais de duzentas pessoas, mas acabou por morrer em combate, com apenas 37 anos, a 14 de outubro de 1918, um mês antes do fim da Primeira Guerra Mundial.
Já em outubro do ano passado, o PS apresentou um voto de saudação em memória da tripulação do NRP Augusto de Castilho e do seu comandante Carvalho Araújo, aprovado por unanimidade. “Carvalho Araújo morreu em ação militar, juntamente com mais cinco tripulantes do ‘Augusto de Castilho’, mas foi o seu sacrifício supremo que permitiu que os passageiros do ‘San Miguel’ chegassem a Ponta Delgada sãos e salvos”, lembravam então os socialistas no voto, considerando-o “um dos heróis mais consensuais do nosso séc. XX, porque o seu ato é heroico e de algum modo vitorioso, porque alcançou o seu objetivo que, de certa forma, reparava Portugal do trauma de La Lys, acontecido uns meses antes”. Para além da carreira na Marinha, Carvalho Araújo distinguiu-se na ação cívica e política. Republicano de referência, foi eleito por duas vezes deputado à Assembleia Nacional Constituinte de 1911 e posteriormente ao Congresso da República Portuguesa.
Gabinete de Imprensa GPPS
Lisboa, 20 de setembro de 2019