Nota à Comunicação Social
PS questiona Governo sobre rutura de stock de fármaco para tratamento de cancro da mama
O Grupo Parlamentar do PS questionou o Governo sobre a rutura de stock de um fármaco utilizado para evitar recidivas de cancro da mama, denunciada esta semana por uma utente, que teve de interromper o seu tratamento hormonal por não lhe ter sido disponibilizado o medicamento pela Unidade Local de Saúde São José, em Lisboa.
Em causa está o fármaco Exemestano, utilizado em tratamentos hormonais para evitar recidivas do cancro da mama, que não foi possível levantar na farmácia do Hospital Curry Cabral, como era habitual, devido a uma “rutura de stock”.
Neste caso concreto, a utente, depois de ter sido diagnosticada com cancro da mama, iniciou o tratamento hormonal através de comprimidos de toma diária, tendo sempre, nos últimos 3 anos, acesso ao referido medicamento disponibilizado pela farmácia hospitalar.
A Unidade Local de Saúde São José (ULSSJ), que integra o Curry Cabral, rejeitou a rutura do medicamento em causa, embora admitindo que existem limitações de stock, pelo que informou os doentes que só voltariam a ter acesso ao fármaco dentro de uma a duas semanas.
Na pergunta dirigida à ministra da Saúde, salienta-se que “está em causa uma medicação hormonal que implica uma grande alteração fisiológica e psicológica com bastante impacto na qualidade de vida dos doentes que, nesta situação, ficarão entre uma a duas semanas sem fazer a medicação diária para prevenir uma recidiva, sem que lhes fosse apresentada uma alternativa terapêutica”.
Apesar da garantia da ULS São José de que o medicamento continua a ser disponibilizado aos doentes oncológicos, eventualmente em menor quantidade devido à limitação de stock existente, “não se sabe se noutras unidades de saúde existe o mesmo problema e qual o número de doentes abrangidos por estas dificuldades”, alerta a deputada Susana Correia, coordenadora do PS na comissão de saúde e primeira subscritora da pergunta.
Os deputados socialistas pretendem que a ministra esclareça se existe realmente uma rutura de stock ou apenas uma limitação na disponibilização do medicamento Exemestano, quais as diligências para que os doentes não fiquem sem a sua toma diária deste fármaco, assim como o prazo previsto para a normalização da situação.
O PS quer ainda saber se a Autoridade Nacional do Medicamento (INFARMED) tem conhecimento desta situação e se o mesmo acontece noutras unidades de saúde.
Gabinete de Imprensa GPPS
Lisboa, 18 de julho de 2025