O Parlamento esteve aberto aos cidadãos para as comemorações do 5 de outubro, com um programa que incluiu visitas livres, exposições e música, tal como anunciou o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva.

“É a primeira vez que isto sucede, mas não será a última, porque são muito importantes estes momentos de abertura do edifício do Parlamento a quem quiser visitar esta que é a sua casa”, declarou Augusto Santos Silva.

Assim, na quarta-feira à tarde, entre as 15h00 e as 18h00, quem visitou o Parlamento pôde ver o original da Constituição de 1911, da I República, assim como as propostas que nesse período da história nacional foram apresentadas para o busto da República.

“E poderão aproveitar e ver a exposição comemorativa dos 200 anos da nossa primeira Constituição” liberal de 1822, acrescentou Augusto Santos Silva.

Também expostas nos corredores da casa da Democracia estiveram as maquetas do concurso aberto na época para a estátua da República do hemiciclo. Após a instauração da I República, no lugar onde antes estava colocada uma estátua do rei D. Carlos I, passou a estar, em 1911, um busto da República, da autoria do escultor João da Silva. O busto foi depois substituído, em 1916, por uma estátua da República de corpo inteiro, de Anjos Teixeira, que ainda hoje se mantém na Sala das Sessões.

Esteve ainda patente, no átrio principal da Assembleia, uma exposição fotográfica da coleção Joshua Benoliel, fotógrafo e jornalista do início do século XX, que retratou a realidade nacional nas duas primeiras décadas deste século. Uma das suas fotografias, que retrata a proclamação do primeiro Presidente da República, Manuel de Arriaga, na varanda do Palácio de São Bento, em 24 de agosto de 1911, foi reproduzida em tela gigante no átrio da varanda do Salão Nobre.

Mais tarde, pelas 18h00, na Sala do Senado da Assembleia da República, uma formação da Orquestra Sinfónica do Algarve deu um concerto.

Arte em São Bento 2022

A residência oficial do primeiro-ministro, no Palacete de São Bento, também se associou, uma vez mais, às comemorações da Implantação da República, abrindo as suas portas ao público, a mais uma edição da iniciativa Arte em São Bento.

Com entrada livre, os visitantes puderam ver uma seleção de 48 obras de arte contemporânea provenientes da Coleção Peter Meeker, de Pedro Álvares Ribeiro, com curadoria de João Silvério, da autoria de 15 artistas portugueses: Ana Jotta, Ângela Ferreira, Augusto Alves da Silva, Francisco Tropa, Gerardo Burmester, Jorge Molder, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Paulo Nozolino, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Pedro Casqueiro, Pedro Portugal, Rui Chafes e Rui Sanches.

Por iniciativa de António Costa, em 2017, todos os anos a residência oficial abre as suas portas a uma coleção diferente, com o objetivo de valorizar a cultura e garantir que o património cultural e artístico do país é celebrado e acessível a todos os cidadãos, de forma gratuita.

Nas edições anteriores da Arte em São Bento, estiveram patentes as coleções Serralves (2017), António Cachola/Museu de Arte Contemporânea de Elvas (2018), Norlinda e José Lima (2019), Figueiredo Ribeiro (2020) e a coleção AA, de Ana Cristina e António Albertino Santos (2021).

A exposição da coleção Peter Meeker poderá ser visitada no primeiro domingo de cada mês, com entrada livre, até setembro do próximo ano.