

Pedro do Carmo: “Não aceitamos estigmas ou proibições para o Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina”
O deputado do Partido Socialista Pedro do Carmo garantiu hoje, no Parlamento, que o PS não aceita que se proíba a agricultura intensiva no Sudoeste Alentejano e na Costa Vicentina, principalmente vindo de “quem nunca está no radar da construção das soluções”, e asseverou que “melhorar nunca é proibir”.
O socialista, que falava durante a discussão de uma petição e diversas iniciativas legislativas sobre o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e a agricultura intensiva, começou por referir que “a área total do Parque Natural é de 98 mil hectares, o perímetro de rega de Mira ocupa 12 mil, dos quais 7.500 estão a ser irrigados e cultivados e cerca de 1.500 são de agricultura em regime coberto, ou seja, de estufas”.
“O perímetro regado representa 7,6% da área do Parque e a área coberta representa apenas 1,5% da área”, indicou Pedro do Carmo, que adiantou que, “basicamente, o que está a ser proposto” no debate desta tarde “é que se receite o ‘Não’ como solução de futuro para aquelas comunidades, sem apresentar alternativas para quem tem de viver nos 365 dias do ano, além das visitas esporádicas ou das férias de verão, para quem tem de procurar oportunidades de emprego e para quem tem de gerir quotidianos sujeitos aos condicionalismos e às burocracias de dezenas de entidades não sujeitas a escrutínio democrático”.
“O ‘Não’, as proibições que se propõem não são solução para as pessoas, para as economias locais e para a economia nacional”, atestou o também presidente da Comissão de Agricultura e Mar, que defendeu que “o desafio é conciliar a preservação com o desenvolvimento”.
E acrescentou que “o desafio é encontrar novos pontos de equilíbrio na sustentabilidade, nas condições de trabalho, na habitação, na dinamização das economias locais e na valorização do território para quem trabalha na agricultura, mas também para todos os outros”.
Pedro do Carmo disse depois que o Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina “estão agora na atenção dos média e de alguns que nunca estão presentes quando tem de se negociar o Orçamento de Estado e disponibilizar recursos para encontrar soluções concretas para aquelas pessoas e para aqueles territórios”.
Em vez de “mais ‘Nãos’, como sempre tiveram tantas vezes ao longo de mais de quatro décadas de democracia”, estas populações precisam de “soluções que procurem novos equilíbrios ambientais, na ocupação dos solos e na gestão da água, sem colocar em risco a capacidade produtiva fundamental para as economias locais, para o mercado nacional e para as exportações nacionais”, salientou.
“O Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina precisam de respostas que digam ‘Sim’ às populações, que apresentem oportunidades, que invistam nas pessoas e no território, só depois poderão ser ponderados os ‘Nãos’ que não resolvem nenhum futuro e destroem o presente”, alertou o parlamentar.
Pedro do Carmo deixou, no final da sua intervenção, uma garantia: “Não aceitamos estigmas ou proibições para o Sudoeste Alentejano e a Costa Vicentina, sem alternativas para quem nunca está no radar da construção das soluções”.