

Pedro do Carmo pede bom senso e respeito por Odemira e os seus habitantes
O deputado socialista Pedro do Carmo condenou hoje, no Parlamento, todos os comportamentos que não respeitam os Direitos e a dignidade humana, considerando que a situação dos trabalhadores emigrantes de Odemira “evidenciada pela crise pandémica” é um “caso de polícia”, pelo que pediu “bom senso” e “respeito” pelo concelho e pelos seus habitantes.
Numa intervenção no debate de urgência requerido pelo PAN sobre a situação dos trabalhadores agrícolas no Município de Odemira, o deputado apontou que, face à circunstância de o Concelho se ver com duas freguesias com cerca sanitária, era “urgente atuar para quebrar a cadeia de contágio”.
Ao ser detetado um surto com alguma gravidade, “o Governo tinha que agir rapidamente, o que fez”, sublinhou o deputado eleito pelo círculo de Beja, lembrando que “situações como esta já tinham ocorrido noutros locais noutros momentos e tiveram tratamento idêntico”.
Pedro do Carmo assinalou que com este caso foram “detetadas situações com pessoas muito vulneráveis, desprotegidas”, que são “intoleráveis e inadmissíveis no Portugal de hoje”.
“O PS condena todos estes comportamentos que violam e que não respeitam os Direitos e a dignidade humana”, afirmou, considerando que nesta situação “estamos perante um caso de polícia e a esta pedimos que atue com firmeza, rapidez e sem contemplações”.
Por essa razão, Pedro do Carmo considera que “é errado vir diabolizar a agricultura, é errado querer arranjar um qualquer culpado de tudo” e “é errado alavancar um fundamentalismo ambiental como solução para todo este problema”.
Para o deputado, também “é errado dizer que ninguém fez nada quando ninguém somos todos nós, não por não ter feito, mas por não termos feito tudo o que devíamos”.
Como exemplo, Pedro do Carmo recordou que “todos os Grupos Parlamentares e muitos líderes partidários já visitaram várias vezes o território, existindo até registo de Comissões Parlamentares Permanentes no ano de 2009”, relembrando que a resolução do Conselho de Ministros de 2019, “não sendo perfeita, identifica os problemas e apresenta soluções envolvendo todos os agentes”.
O deputado frisou que também “a autarquia tem muitos e bons exemplos de contínuo trabalho para ajudar a mudar as coisas”, pelo que pediu “bom senso” em relação a esta situação e “mais respeito por Odemira e pelos Odemirenses, naturais ou não do Concelho”.
O parlamentar do PS salientou depois que “Odemira tem tudo”, apontando que tem sol e mar, “tem natureza e turismo ambiental que é referência mundial” e “tem agricultura, bons agricultores e bons produtos”.
Pedro do Carmo assinalou que Odemira tem ainda “uma excelente oferta turística apoiada numa tradição gastronómica de excelência”, assim como “tem gente extraordinária que está a passar um mau momento”.
“Não podemos deitar tudo a perder”, advertiu, defendendo que “aproveitemos este momento para, em colaboração com o Governo e com as instituições, acelerarmos o processo de testagem e de vacinação e apoiarmos as novas soluções para as pessoas que em Odemira vivem e trabalham, relançando a economia de forma a que saiamos todos a ganhar”.
Telma Guerreiro defende que situação de Odemira deve ser transformada numa oportunidade
Também a deputada do PS Telma Guerreiro considerou que a situação que se vive atualmente naquele concelho “deve ser transformada numa oportunidade para Odemira e para o país”, porque ” não é singular”, nem será no futuro, “tendo em conta o nosso cenário demográfico”, em que o País “vai continuar a precisar de trabalhadores imigrantes”.
Na sua intervenção, a parlamentar começou por lamentar o tom do debate sobre este tema, considerando que “não é o tom que Portugal deseja, não é com certeza o tom que Odemira deseja e precisa”, porque “é uma discussão que não termina, não pode terminar hoje aqui, pelo país e por Odemira”.
Para a deputada eleita por Beja e natural daquele concelho, “aos imigrantes a viver em condições indignas, aos odemirenses a viver numa situação difícil, o que importa neste momento não são as culpas, o que importa aos odemirenses e aos portugueses é que já ninguém está disposto a esquecer”.
Por isso, defendeu, “é importante que o parlamento e o Governo mostrem a força e a coragem de agir, na resposta e, sobretudo, na prevenção dos problemas”.
“O que importa é termos as medidas que Odemira e o país precisam. Odemira também tem imigrantes felizes”, afirmou, deixando à população do concelho e às suas instituições palavras de “um profundo reconhecimento pela capacidade de resistir e de se adaptar”.
“De Odemira e para Odemira vai uma palavra de respeito”, afirmou a deputada, que se manifestou convicta de que, para o Parlamento e para o Governo, “estas pessoas que são vítimas hoje, não voltam a ser, nem em Odemira nem nosso país”.
Telma Guerreiro asseverou ainda que “o Grupo Parlamentar do PS está confiante que em conjunto, neste parlamento e no Governo, vamos saber dar a resposta necessária sem transigências dos direitos humanos, combatendo sem tréguas a exploração económica e quebrando o ciclo vicioso das condições desumanas em que vivem estas pessoas, que são pessoas com nomes, com vidas, com sonhos”.
“Aquilo de que Odemira e Portugal precisam é de um voto de confiança de que todos em conjunto vamos ser capazes de fazer e de fazer melhor”, defendeu.