Tem A Palavra… Manuel Alegre
“António Costa é o sucessor do António Costa”, afirma Manuel Alegre ao podcast do Grupo Parlamentar do PS
Manuel Alegre não tem dúvidas: “O Partido Socialista tem razão para se orgulhar daquilo que fez ao longo destes sete anos” de governação. O ex-deputado e ex-vice-presidente da Assembleia da República afirma, em entrevista ao Tem A Palavra…, o podcast do Grupo Parlamentar do PS que vai para o ar esta terça-feira, dia 25 de Abril, ao meio-dia, que, “apesar de alguns erros cometidos”, normais em Democracia, o Governo socialista “contribuiu para alterar a sociedade e trouxe melhorias substanciais” à vida dos portugueses.
Por isso mesmo, Manuel Alegre é perentório quanto ao futuro: “António Costa é o sucessor do António Costa!”
Sobre o papel do Presidente da República e o valor da estabilidade política, Manuel Alegre afirma que o Chefe do Estado “tem um papel muito interventivo, por vezes bom, serena os espíritos, outras vezes complicativo”, acrescentando que “o Partido Socialista tem tido muita prudência, dado que a cooperação institucional é importante para a estabilidade”. Ainda assim, entende não haver razões para recear uma eventual crise política, uma vez que não há motivos para isso. “O Presidente da República não pôs em causa a estabilidade, apenas faz comentários demais, isso é um facto. Faz comentários demais e esses comentários depois dão origem a especulações, mas ele foi muito claro em dizer que não estava no seu espírito ou vontade dissolver a Assembleia da República”, recordou.
Manuel Alegre olha para os exemplos internacionais, da Hungria a Israel, da Polónia aos Estados Unidos da era Trump ou ao Brasil de Bolsonaro, para afirmar que “antigamente a Democracia era derrubada com tanques, metralhadoras e tropa na rua, agora é por dentro que se faz essa desconstrução. A Democracia não é totalmente liquidada, mas deixa de ser Democracia plena. E é isso que também alguns gostariam que acontecesse em Portugal”, numa referência clara à extrema-direita parlamentar e aos inimigos do regime democrático.
Revisitando a relação com Mário Soares, Manuel Alegre defende com afinco o legado do fundador do PS recordando que “o socialismo que o Mário Soares meteu na gaveta não foi o nosso socialismo, foi o socialismo que queriam instaurar em Portugal, um socialismo de tipo soviético. Foi esse que Mário Soares meteu na gaveta, não foi o socialismo democrático.”
Manuel Alegre assegura estar arrependido da sua segunda candidatura presidencial e recorda emocionado o momento em que se reconciliou com o seu “querido amigo” Mário Soares de quem diz, sem qualquer espécie de hesitação: “Tenho muitas saudades do Mário Soares, e ele faz falta. Se ele aqui estivesse hoje diria coisas boas e coisas desagradáveis, que fazia falta que o PS e o país ouvissem”.