

Portugal tem de ter voz no Conselho Europeu para defender um acordo de paz que envolva todas as partes
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS João Paulo Rebelo apelou hoje ao Governo português para “ter voz” no próximo Conselho Europeu e defender um acordo de paz na Ucrânia que “envolva todas as partes”, e considerou que o que se passa no Médio Oriente é “uma vergonha”.
O socialista, que falava no debate preparatório do Conselho Europeu – o último plenário antes da dissolução do Parlamento por causa do primeiro-ministro, que “condicionou o destino” –, comentou que foi hoje conhecida a publicação do Livro Branco sobre a defesa europeia e o Plano Rearm Europe/Prontidão 2030, tendo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já dito que é “essencial desenvolvermos a indústria do armamento para contribuir para mais inovação da União Europeia”.
“Queremos que Portugal tenha uma voz no Conselho Europeu”
Admitindo que é com “tristeza” que, em 2025, “e depois sobretudo do que se passou no século passado, estejamos hoje focados em investir numa indústria que trouxe atrocidades, trouxe a angústia à guerra”, João Paulo Rebelo assegurou que “o Partido Socialista não é um partido lírico que não percebe” e, portanto, apoia a ideia de que “temos de estar preparados para a guerra para conseguir garantir a paz”.
O vice-presidente da bancada do PS defendeu depois que as relações de Portugal “têm de ser condicionadas consoante a evolução das posições dos seus parceiros”, dando o exemplo de um “tradicional aliado português, os Estados Unidos da América”, que têm agora como Presidente Donald Trump. E pediu ao Governo para não chamar “irresponsáveis ou radicais” aos socialistas, porque o próprio Presidente da República defendeu o mesmo.
“Queremos que Portugal tenha uma voz no Conselho Europeu que ponha às claras de todos o negócio que está a acontecer e que a paz na Ucrânia não pode ser alcançada nesta perspetiva verdadeiramente usurária das riquezas daquele país”, vincou.
Assim, João Paulo Rebelo perguntou a Luís Montenegro se “Portugal, apesar de um país pequeno, vai erguer fortemente a sua voz na defesa de um acordo que envolva todas as partes e que ponha Portugal também nesse princípio”.
Solução dos dois Estados é estar contra a barbárie no Médio Oriente
O vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS considerou, em seguida, que “o que se passa na Palestina e no Médio Oriente é uma vergonha”. E recordou que o Partido Socialista, há umas semanas, propôs ao Executivo da AD o reconhecimento do Estado da Palestina, mas “o Governo perdeu essa oportunidade”.
“O que se passa na Palestina e no Médio Oriente é uma vergonha”
O socialista deixou uma certeza: “Era tão simples, era reconhecer o lado da decência, era estar contra a barbárie”.
Por fim, João Paulo Rebelo sustentou que há boas notícias “para a dita ordem mundial”: “Há um líder que foi deposto nas Filipinas, foi determinada a sua detenção pelo Tribunal Penal Internacional”.