
Portugueses estão pior num país em que o primeiro-ministro aterra no colo da extrema-direita
O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, assegurou que, 16 meses depois de Luís Montenegro ter sido eleito primeiro-ministro, “o país está pior em muitas dimensões e vai sem rumo noutras”, e acusou o “bloco radical” da AD com o Chega de ter um “matiz Orbanista”.
“O Governo dá mostras evidentes de inconseguimentos” em muitas áreas, “arrimando-se a AD à extrema-direita, incumprindo a sua promessa eleitoral”, criticou Eurico Brilhante Dias no encerramento do debate sobre o Estado da Nação. “O primeiro-ministro disse que ia planar, planou e aterrou no colo de André Ventura”, ironizou.
“O primeiro-ministro disse que ia planar, planou e aterrou no colo do Dr. André Ventura”
“Na saúde, há mais 68 mil portugueses sem médico de família, muito mais urgências condicionadas ou fechadas, no INEM a confusão na contratação de meios aéreos, com versões contraditórias dentro do Governo, e uma greve sem serviços mínimos com efeitos trágicos na vida de muitos portugueses – 11 portugueses. E ninguém se responsabiliza”, notou.
Dirigindo-se diretamente à ministra da Saúde, o presidente do Grupo Parlamentar do PS comentou que, “com sorte”, Ana Paula Martins “ainda acaba presidente da CP”. Comparando-a à ex-secretária de Estado da Saúde que vai ser nomeada presidente do Metro de Lisboa, Eurico Brilhante Dias afirmou que os comboios “também andam sobre carris como no caso do Metro”. “É a meritocracia à moda da AD, um prémio pela mais profunda incompetência”, lamentou.
“Os veículos também andam sobre carris como no caso do Metro, onde se albergou a sua ex-colega e ex-secretária de Estado da Saúde”
Bloco radical votou contra os mais jovens
Na educação, o líder da bancada do PS criticou “a rapidez com que se espalham notícias falsas”. Continua sem se saber quantos alunos não tiveram professor pelo menos a uma disciplina e o que aconteceu com o “pequeno desastre” nos exames de Matemática do 9º ano, recordou.
Na habitação há uma “aceleração brutal do preço das casas”, na agricultura, “a ausência de apoio eficaz a 19 mil viticultores do Douro”, nas infraestruturas, “quase mil milhões de euros perdidos para financiar a alta velocidade”, na economia, “menos 1.029 exportadores líquidos, três presidentes da AICEP – tal como no INEM e na direção executiva do SNS – e os empresários continuam a queixar-se, com razão, por não haver apoio face à enorme incerteza tarifária que vem dos Estados Unidos”, enumerou.
Eurico Brilhante Dias acrescentou que, no PRR, “temos hoje o triplo dos investimentos em situação crítica” e, nos rendimentos, “uma política insustentável que, terminada a campanha eleitoral, levou mesmo o Governo a votar contra os jovens, tendo como parceiro, numa coligação de facto, a extrema-direita”.
“Nunca uma maioria tinha votado uma descida de IRS à custa dos mais jovens”
“Nunca uma maioria tinha votado uma descida de IRS à custa dos mais jovens”, criticou o presidente do Grupo Parlamentar do PS, adiantando a “moral da história”: “Mais 425 euros por ano para André Ventura, menos quase 700 euros para um jovem médico, um jovem enfermeiro, um jovem professor”, algo que é “absolutamente imoral”.
“Este é o Estado da Nação. A AD construiu, com o Chega, um bloco radical que não olha para as medidas que toma”, vincou.
Eurico Brilhante Dias concluiu a sua intervenção assegurando que a alternativa a uma “direita com matiz Orbanista e radical” é o Partido Socialista, que representa a oposição “credível, moderada e central”.