O secretário-geral adjunto do Partido Socialista, José Luís Carneiro, manifestou hoje apoio à renovação do estado de emergência por mais 15 dias, apostando num aumento da testagem à população e mantendo “a pujança das medidas de apoio económico e social”, e recusou a possibilidade avançada pelo PSD de se adiar as eleições autárquicas.

Após ter estado reunido por videoconferência, juntamente com a presidente do Grupo Parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, com o Presidente da República para discutir o prolongamento do estado de emergência para contenção da Covid-19, José Luís Carneiro frisou que as informações conhecidas na reunião de ontem no Infarmed “são encorajadoras, todavia não dispensam a manutenção do confinamento”.

“Os atrasos na entrega das vacinas, da parte das companhias e da indústria farmacêutica, juntamente com as mutações por que o vírus tem estado a passar, tornam imperativo o confinamento e aconselham a não adotarmos medidas de exceção nesta fase”, alertou o também vice-presidente da bancada do PS.

José Luís Carneiro e Ana Catarina Mendes transmitiram a Marcelo Rebelo de Sousa que “as medidas que foram anunciadas por parte do Ministério da Saúde tendo em vista agilizar a testagem, agilizar o rastreio e também o isolamento daqueles que são afetados pelo contágio” são “muito positivas”.

O deputado socialista sublinhou também a “importância de o Ministério da Economia, o Ministério das Finanças e o Ministério da Segurança Social continuarem a manter a pujança das medidas de apoio económico e social para proteger as pessoas, as famílias, o emprego e para protegerem as empresas”.

Referindo-se depois às declarações do líder do PSD, que informou que irá refletir sobre a possibilidade de um adiamento das eleições autárquicas, José Luís Carneiro afastou este cenário: “Não compreendemos como é que, estando nós em fevereiro e a cuidar de renovar o estado de emergência para os próximos quinze dias, o Dr. Rui Rio esteja já com os olhos postos em setembro ou outubro”.

“Só vemos uma única explicação: talvez o líder da oposição esteja com receio de se confrontar com a sua oposição interna quando chegar esse momento”, afirmou.

O secretário-geral adjunto do PS lembrou “que ainda há poucos dias tivemos uma eleição presidencial que ficou marcada por uma grande mobilização dos portugueses em condições de grande limitação e no momento mais crítico da própria pandemia, e em nenhum momento desta crise pandémica, económica e social nós suspendemos os valores democráticos”.

“A democracia local é uma das mais importantes conquistas de 1976”, asseverou o dirigente socialista, que recordou que o “fortalecimento democrático conta muito com a vontade de contribuir para o desenvolvimento do país de milhares de autarcas que diariamente auxiliam o Estado a dar resposta a esta crise”.