

PS defende a revisão do plano de gestão florestal das dunas de Ovar
O deputado do PS Hugo Oliveira alertou hoje que o corte raso às árvores no perímetro florestal das dunas de Ovar tem “fortes impactos ambientais” e pediu ao Governo que garanta a preservação daquele que “é um grande património do distrito de Aveiro”.
“O Grupo Parlamentar do Partido Socialista recomenda ao Governo que, através do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, reveja o plano de gestão florestal do perímetro florestal das dunas de Ovar por forma a alterar a metodologia de corte das árvores e, assim, reduzir os diversos impactos negativos resultantes dos cortes rasos”, defendeu Hugo Oliveira durante a apresentação do projeto de resolução do PS.
O socialista explicou que, devido à idade avançada das árvores presentes no local, “estas encontram-se, na sua maioria, num estado de transição entre as fases de maturidade e o fim do ciclo de vida, passando, a partir desta altura, a ser mais suscetíveis a pragas e doenças, assim como a elevada instabilidade física”. Daí a importância do corte das árvores.
Ora, “isto implica que sejam adotadas medidas ajustadas ao rejuvenescimento da cobertura arbórea sob pena de se vir a perder a maioria das árvores por declínio biológico, ou por redução da capacidade de competição com as espécies invasoras concorrentes”, frisou.
Hugo Oliveira alertou, pois, que “o modelo de gestão florestal deve considerar não só a idade de corte, como o sistema de corte”. E esclareceu que, no corte seletivo, “as árvores são selecionadas individualmente”, tendo “menor impacto visual” e não alterando a estrutura florestal.
Por outro lado, no corte raso “todas as árvores são abatidas sem observar outros critérios”, tendo “fortes impactos ambientais quer ao nível da perda de habitats e de redução de biodiversidade, quer ao aumento dos riscos de erosão”, sustentou.
O deputado do Partido Socialista lembrou que as florestas de pinheiro-bravo em zonas litorais, como é o caso do perímetro florestal das dunas de Ovar, são “vitais tanto ecológica, quanto económica, como socialmente”.
“Não só oferecem benefícios diretos na proteção ambiental pela fixação das dunas, como pela madeira e resina produzidas, na promoção da saúde pública, educação, recreação e fortalecimento das comunidades locais”, sublinhou.
Assim, Hugo Oliveira assegurou que “a gestão sustentável destas florestas é essencial para maximizar esses benefícios e garantir a sua disponibilidade para as gerações futuras”.