O Partido Socialista exige ao atual presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e ao Governo holandês a que pertence um pedido de desculpas público a todos os cidadãos visados pelas suas declarações baseadas no preconceito e xenofobia. Num voto de condenação apresentado na Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista lembra que, até ao momento, não foi produzida qualquer retratação ou nota de arrependimento.

O projeto europeu “foi construído assente na solidariedade, igualdade e respeito entre todos os Estados-membros, e com base nesse espírito contribuiu para a garantia de paz e prosperidade no continente”, sublinham os deputados. Por isso, explicam, “não pode haver condescendência para quem não se inibe de alimentar barreiras artificiais assentes no preconceito e xenofobia”, sendo este o caso das declarações de Jeroen Dijsselbloem ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine, em que sustentou que nenhum país do Sul da Europa pode “gastar todo o dinheiro em álcool e mulheres e, de seguida, pedir para ser ajudado”.

Os parlamentares do PS destacam os “intensos sacrifícios, perda de qualidade de vida e diminuição da proteção social” a que os cidadãos do sul da Europa estiveram sujeitos ao longo dos últimos anos, sendo que este desrespeito “apenas pode contribuir para um envenenamento do debate público”.

“As divergências ideológicas e políticas sobre políticas públicas de consolidação orçamental não podem servir de sustento ao insulto, desrespeito e menorização de parceiros de largas décadas”, defendem.