

PS lamenta profundamente decisão do PSD de impedir audição da ministra da Saúde
O deputado do PS João Paulo Correia lamentou hoje que o PSD tenha impedido a audição da ministra da Saúde na próxima semana, adiando-a para o mês de setembro, e avisou o Governo que “esconder” Ana Paula Martins do Parlamento “não resolve os problemas da saúde”.
“O PS lamenta profundamente esta decisão do PSD de impedir a audição da ministra da Saúde”, principalmente porque “todos os partidos estavam de acordo” para que essa audição acontecesse na próxima semana, vincou o coordenador dos socialistas na Comissão de Saúde em declarações à comunicação social.
João Paulo Correia acusou depois a ministra da Saúde de mentir aos portugueses, tendo a “cobertura” do primeiro-ministro, e recordou que, há dias, o presidente demissionário do INEM foi ouvido no Parlamento e entregou documentação de comunicações enviadas à ministra que prova a sua insistência na “necessidade de se avançar com um concurso público internacional para o serviço de helicópteros na emergência médica”, desmentindo a governante.
Já esta semana, no debate sobre o Estado da Nação, “o PS colocou a questão ao primeiro-ministro”, tendo obtido “silêncio” por parte de Luís Montenegro, lembrou.
“O Partido Socialista requereu também a vinda do ministro da Defesa a propósito deste tema, porque há um braço-de-ferro dentro do Governo entre a área da Defesa e a área da Saúde”, referiu o socialista. E explicou porquê: “O ministro da Defesa disse no Parlamento, há poucas semanas, que gostava de ver o serviço de helicópteros de emergência médica nas mãos da Força Aérea. A ministra, passados uns dias, na Comissão de Saúde, veio dizer que não, que queria que fosse do lado da saúde”.
Ora, de acordo com o deputado do PS, “para esclarecer tudo isto e esclarecer responsabilidades é absolutamente necessário e urgente ter a ministra da Saúde no Parlamento, mas o PSD impediu que essa audição se realizasse agora em julho”.
João Paulo Correia garantiu, em seguida, que a “maior preocupação” do PS no momento está relacionada com a continuidade do serviço de helicópteros de emergência médica: “O Governo, se continuar assim, não está a assegurar o interesse público que é de diligenciar nos próximos meses para que, a partir de janeiro, continue a ser assegurado o serviço de helicópteros de emergência médica”.
“Como a ministra da Saúde mostra que não sabe o que há de fazer, e dentro do Governo existe este braço-de-ferro entre a Defesa e a Saúde, estamos muito preocupados e queremos alertar o país e os portugueses para esta confusão e este desnorte que reina no Governo”, denunciou.
O socialista assinalou o registo de “mentiras e opacidade por parte da ministra da Saúde”, que se verifica também em relação às urgências hospitalares. “Quando assumiu funções, uma das primeiras decisões que a ministra da Saúde tomou foi retirar a informação pública do mapa das urgências hospitalares do Portal da Transparência do SNS. Por pressão do PS, repôs o mapa, mas só repôs as urgências que estão em funcionamento”, apontou.