
PS quer aumentar participação eleitoral no estrangeiro
O deputado do PS Paulo Pisco alertou hoje, no Parlamento, para a necessidade de melhorar as condições para o exercício do direito de voto dos portugueses residentes no estrangeiro. Por isso, o parlamentar saudou os cidadãos ligados ao movimento “Também somos portugueses” e todos os peticionários por terem levado à Assembleia da República “uma matéria tão relevante e apresentarem um conjunto de soluções absolutamente pertinentes”.
“Além da necessidade imperiosa de facilitar e melhorar o exercício do voto, é também necessário garantir a verdade, rigor e transparência dos atos eleitorais e dos seus resultados”, sublinhou Paulo Pisco, acrescentando que, “infelizmente, para os eleitores no estrangeiro não existem sistemas de voto perfeitos”, já que “todos apresentam vantagens e desvantagens”.
Segundo o deputado do PS, “o voto presencial é o mais verdadeiro e transparente, mas diminui consideravelmente a participação; o voto por correspondência permite uma maior participação, mas é mais vulnerável à fraude e ao desperdício de votos; o voto eletrónico é o mais confortável e com maior potencial de participação, mas tem fragilidades sérias ao nível da segurança, levando inclusivamente ao seu abandono por parte de alguns países, como recentemente aconteceu nas eleições em França”.
Por outro lado, estes três sistemas apresentam dificuldades, como explica Paulo Pisco: “O voto presencial torna mais difícil o exercício do direito de voto aos cidadãos que moram longe dos postos consulares; o voto por correspondência apresenta grandes limitações nos países onde os correios funcionam mal; e o voto eletrónico, por sua vez, exclui todos os que não têm computador ou não tenham competências informáticas”.
O deputado socialista saudou ainda “a decisão do Governo de implementar o recenseamento automático com base nas moradas no estrangeiro constantes no cartão do cidadão, que vai operar uma verdadeira revolução no número de eleitores nos cadernos eleitorais nos círculos da emigração, que passam dos atuais cerca de 300 mil para mais de um milhão de eleitores”.
Paulo Pisco garantiu que o Partido Socialista está empenhado “em fazer tudo para aumentar a participação eleitoral no estrangeiro”. No entanto, “estará sempre contra soluções fáceis que distorçam a verdade dos resultados eleitorais ou perpetuem a falta de rigor”, atestou.