

Se a proposta é irrecusável, é porque o Governo vai concordar com o PS sobre IRC e IRS Jovem
A vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Marina Gonçalves considera que se a proposta sobre o Orçamento do Estado que o Primeiro-Ministro vai apresentar esta quinta-feira ao líder do PS é “irrecusável, é porque vão concordar sobre IRC e IRS Jovem”.
“Há um princípio para que seja irrecusável: que o IRC e o IRS Jovem não constem da proposta do Orçamento do Estado, não prescindindo o PS do objetivo de chegar aos mais jovens, de chegar à economia, às nossas empresas”, explica a dirigente do PS em entrevista ao Público e Rádio Renascença.
Marina Gonçalves afirma ainda ter “alguma dificuldade de entender quem usa o argumento de não estarmos a ser razoáveis por apresentarmos duas reivindicações, no meio de centenas de artigos no OE”, lembrando que, desde que o IRS Jovem e o IRC foram apresentados, são “linhas vermelhas” para o PS.
É, por isso, difícil “perceber o tom quase de pré-campanha a que temos assistido nos últimos dias e, por outro lado, a surpresa com a posição do PS”, salienta, reiterando que se o partido está a dialogar e a discutir o OE é porque considera importante que haja estabilidade.
“O país quer estabilidade. Nós estamos a trabalhar para haver essa estabilidade. Não é pelo PS que nós não teremos essa estabilidade”, garante.
Marina Gonçalves rejeita ainda a ideia de que o PS esteja a ser “inflexível” e defende que o partido “não se pode anular no seu programa, nas suas convicções, na forma como elas se conjugam com o interesse público”.
“Não estamos é disponíveis para, um, sermos nós a apresentar um Orçamento que é o do Governo; dois, para aprovarmos, sem mais, um OE. Os princípios da conjugação do interesse público com as convicções de política pública são fundamentais e vão estar sempre na base da discussão e da avaliação que faremos a cada momento”, sublinha a dirigente socialista e ex-ministra da Habitação.