

Silêncio do ministro Paulo Rangel sobre falta de respeito a militares é comprometedor
O deputado do PS Marcos Perestrello exigiu hoje explicações ao ministro dos Negócios Estrangeiros por ter desrespeitado militares e lamentou que o governante aparente “não compreender a importância da autoridade, da hierarquia e da disciplina militares”. O socialista anunciou que o Grupo Parlamentar do PS apresentou um requerimento para a audição do ministro, que ainda não compareceu a qualquer audição regimental.
Marcos Perestrello, que intervinha no momento das declarações políticas no debate desta tarde, criticou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros por desrespeitar militares da Força Aérea no aeroporto Figo Maduro, conforme tem sido noticiado.
“Quando olha para um adversário, Paulo Rangel atira-se logo à jugular”, ironizou o socialista, avisando que “os militares da Força Aérea não são adversários” do ministro.
“É preciso dizer ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros que os militares da Força Aérea não são seus adversários”
O vice-presidente da Assembleia da República, que citou as palavras do anterior Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, sustentou que “o ministro enfraquece a sua própria autoridade e compromete a perceção pública sobre a relação entre os responsáveis políticos e as Forças Armadas, que deve ser pautada por respeito mútuo e por cooperação”.
De acordo com Marcos Perestrello, Paulo Rangel “aparenta não compreender que num Estado de direito a lei é igual para todos e todos têm de a cumprir”.
E deixou um alerta: “Se os políticos definem a política militar, são os militares que executam a política militar, e qualquer confusão nesta fronteira é geradora de grandes problemas no Estado de direito”.
Para o deputado do Partido Socialista, “o silêncio do senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre a sua alegada falta de respeito ao chefe de Estado Maior da Força Aérea, ao comandante do Aeródromo Militar de Figo Maduro e aos militares responsáveis pela segurança do Aeródromo de Figo Maduro é um silêncio comprometedor e envergonhado”.
Manifestando “apreço” pela manutenção, por parte dos militares desrespeitados, “da disciplina e do aprumo militar numa ocasião difícil”, Marcos Perestrello exigiu ao ministro explicações e um pedido de desculpas.