
Socialistas questionam governo sobre perdas de capacidade das unidades pediátricas das ULS de Gaia/Espinho, Matosinhos e Tâmega e Sousa
Os deputados socialistas eleitos pelos círculos do Porto e de Aveiro questionaram hoje a ministra da Saúde sobre os motivos que justificam a desclassificação das unidades pediátricas das ULS de Gaia/Espinho, Matosinhos e Tâmega e Sousa com o nível IIa, uma alteração que implica potenciais perdas de capacidade, afetando áreas essenciais como consultas de subespecialidade pediátrica, acompanhamento de patologias crónicas, capacidade de internamento, continuidade terapêutica e, em alguns casos, atividade de cirurgia pediátrica e apoio neonatal hoje assegurados localmente.
Os socialistas questionam o governo sobre as ULS de São João e ULS de Santo António têm capacidade efetiva para absorver, acolher e garantir o mesmo nível de resposta atualmente prestado pelas ULS de Gaia/Espinho, ULS de Matosinhos e ULS Tâmega e Sousa, sem comprometer tempos de espera, qualidade assistencial ou continuidade dos cuidados, se esta reclassificação se confirmar. Mas também se o Governo está disponível para analisar a reorganização caso a caso, tendo em conta os potenciais impactos negativos desta alteração e as mais-valias para o Serviço Nacional de Saúde decorrentes da manutenção da capacidade instalada.
A pergunta dos deputados surge na sequência da proposta em consulta pública “Rede de Referenciação Hospitalar – Pediatria”, publicada pela Direção Executiva do SNS, que expressa a intenção do Governo em classificar as unidades pediátricas das ULS Gaia/Espinho, ULS de Matosinhos e ULS Tâmega e Sousa com as categorias de hospitais de nível IIa, com consequente deslocação de valências e atividades para as ULS de São João e de Santo António, no Porto.
“A proposta de rede prevê a concentração destas valências nas ULS de São João e de Santo António, instituições que já hoje registam elevada procura, pressão assistencial significativa e constrangimentos nas listas de espera pediátricas”, justificam os deputados na pergunta, revelando-se preocupados com os impactos diretos nas famílias desta proposta do governo.