
Susana Amador acusa ex-Presidente da República de falta de sentido de Estado
O GPPS acusou hoje o ex-Presidente da República, Cavaco Silva, de falta de sentido de Estado e lamentou que tivesse “piado” pouco na altura em que podia fazer mais na defesa dos portugueses.
Susana Amador sublinhou que “o PS não podia deixar de lamentar estas intervenções, pela falta de sentido de Estado que as mesmas revelam, pela gravidade das mesmas e por não corresponderem de todo à realidade”.
Para a socialista, a ‘aula’ dada por Cavaco Silva na Universidade de Verão da JSD demonstra “desconforto com a política de devolver rendimentos e a repor às pessoas mais qualidade de vida, bem-estar, e coesão social” do atual executivo.
“O professor Cavaco Silva ao longo das políticas do Governo PSD e CDS, que foram as políticas de retirada de direitos, de compressão das garantias dos portugueses, fez uma gestão de silêncios”, argumentou, considerando que, contra esses “silêncios ensurdecedores” valeu a intervenção do Tribunal Constitucional na defesa da Lei Fundamental e dos direitos dos portugueses.
“Falar de censura, quando ela tem uma grande carga histórica tão negativa para tantos portugueses, e no contexto atual, que é um contexto de democracia, de liberdades e de defesa da Constituição”, é “uma posição que surpreende pela gravidade”, prosseguiu a vice-presidente do GPPS. “[Cavaco Silva] voltou com a mesma postura crítica de sempre, em relação aos políticos, como se não tivesse sido um dos políticos com mais tempo de funções no período da democracia, e aos jornalistas, quando precisamos de uma comunicação social isenta e forte e jornalistas atentos”, analisou Susana Amador, lamentando a forma como o antigo Presidente da República se dirigiu aos jovens. “Não estamos na vida política para ter reconhecimento e gratidão”, advertiu, citando Sá Carneiro e lamentando a falta de sentido dessas declarações.
O ex-Presidente da República, Cavaco Silva, defendeu hoje que, na zona euro, “a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia” e os que, nos governos, querem realizar a revolução socialista “acabam por perder o pio ou fingem que piam”.