

Europa fica mais descansada com os números do PS
A deputada do PS Jamila Madeira apontou hoje que “o Programa de Estabilidade não tem nenhuma adesão à realidade do cenário macroeconómico que o PSD apresentou” e congratulou-se por o Governo não ter tido coragem de desmontar a trajetória do Partido Socialista, desmentindo o atual primeiro-ministro.
Jamila Madeira sustentou, durante o debate sobre o Programa de Estabilidade 2024-2028, que o documento “não inclui uma única das novas medidas que o Governo da AD apresentou”, apoiando-se na trajetória do PS definida há oito anos “com o reforço de prestações sociais, com mais investimento público, com mais crescimento sustentável, com proteção do rendimento das famílias, com mais investimento, com política de contas certas assentes em prudência, responsabilidade e equilíbrio”.
“Esta é a trajetória que a AD não teve coragem de desmontar – e bem. Porque, na prática, aquilo que nós sabemos é que durante estes anos todos a AD disse sempre que a alternativa era o empobrecimento dos portugueses”, recordou.
A socialista frisou que “o PS demonstrou que era possível termos um país com futuro”, um país que “o PSD desdenhou” durante a campanha eleitoral.
E agora o Programa de Estabilidade apresentado pelo Governo “não reflete os argumentos e as políticas da AD, mas sim as orientações do Governo do PS”. “Nós sabemos que a Europa fica mais descansada com as orientações do programa do PS, com os números do PS”, assegurou.
Considerando que “os portugueses foram ludibriados uma vez mais na campanha eleitoral pela Aliança Democrática”, Jamila Madeira sublinhou que “preservar o legado do PS é bom”.
Dirigindo-se ao ministro das Finanças, a deputada do PS notou que apenas se limitou a “projetar a evolução da economia portuguesa”, não aplicando uma única das suas medidas nem promessas eleitorais.
Governo desmente o primeiro-ministro
“O Governo faz bem, porque desmente o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, quando em janeiro deste ano, em campanha, alegava que, perante os dados do INE, o país estava num período de estagnação económica”, mencionou. “Ora, basta ler o Programa de Estabilidade para perceber que a AD pôs a mão na consciência, pois diz que o PIB registou um crescimento real de 2,3% em 2023, acima do estimado no Orçamento do Estado para 2024, e que manteve o dinamismo num contexto de estagnação da demais economia europeia”, salientou a socialista.
E acrescentou: “Mas também desmente mais Luís Montenegro, quando este reiteradamente disse que havia uma falta de modernização da economia portuguesa e havia ausência de reformas, vem agora este Programa de Estabilidade dar a mão à palmatória e afirmar que há um desempenho das atividades ligadas às viagens e turismo – aquele famoso tradicional da nossa economia – que foi menor que em 2022, mas continua. Pelo contrário, o contributo dos serviços intensivos em conhecimento registou um aumento, passando de 12,4% em 2022 para 25,5% em 2023”.
No final da sua intervenção, Jamila Madeira defendeu que o Governo “fez bem em apresentar o Programa de Estabilidade do PS em Bruxelas”, destacando que “é o Governo da AD que admite” que o Partido Socialista estava “numa boa rota e vale a pena não estragar aquilo que foi feito”.