

Alterações à carreira dos técnicos de diagnóstico têm de ser tratadas em sede de concertação social
A deputada do Partido Socialista Alexandra Tavares de Moura lamentou hoje, no Parlamento, o ‘flic-flac’ feito pelo PSD relativamente à carreira dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e lembrou que estas mudanças, que implicam o aumento da tabela salarial, têm de ser discutidas em sede de concertação social.
“A alteração da carreira dos técnicos superiores de diagnóstico, bem como a alteração a outras carreiras, é responsabilidade do Governo do Partido Socialista”, começou por asseverar a parlamentar, em declarações aos jornalistas, depois de PSD, Bloco de Esquerda, PCP, CDS e PAN terem aprovado, num grupo de trabalho no Parlamento, um conjunto de alterações à carreira dos técnicos de diagnóstico e terapêutica, com implicações orçamentais a partir de 2022. Segundo o Ministério das Finanças, o impacto das mexidas será de 46,5 milhões de euros.
Alexandra Tavares de Moura salientou que “o PS é absolutamente sensível a muitas das questões colocadas pela iniciativa legislativa do cidadão”, mas tal “não é suficiente para quebrar a regra de que estas matérias se tratam em sede de concertação social num diálogo permanente – que se quer vivo – com os sindicatos”.
E recordou qual tem sido a posição dos social-democratas: “É importante lembrar que o PSD, ao longo de todo este tempo em sede de negociação, disse sempre, em todas as audições, que era em sede de concertação social que esta negociação se devia fazer. Portanto é o PSD que faz aqui um ‘flic-flac’ no final”.
A socialista continuou as críticas à mudança de posição do PSD, que “diz, durante as audições, uma determinada coisa e, chegando ao final, resolve ter uma perspetiva completamente diferente, no fundo para tentar limpar a ausência total do seu programa eleitoral sobre uma visão estratégica para a administração pública”.
Pelo contrário, “o PS teve no seu programa eleitoral e tem no seu programa de Governo a valorização das carreiras, a revisão das carreiras não revistas, a promoção da revisão da tabela única remuneratória e ainda a promoção da revisão do SIADAP [sistema de avaliação de desempenho nas carreiras gerais da função pública] ”, sublinhou.
Para o Grupo Parlamentar do Partido Socialista, “o PSD tem uma memória muito curta” e esta “manobra” é “totalmente irresponsável”. “Aliás, esta manobra reforça a ideia de que o PSD não quer e não está preparado para ser Governo”, afirmou a socialista.
Alexandra Tavares de Moura concluiu com uma certeza: “Consideramos que o resultado em sede de comissão é o resultado da democracia, que está a funcionar”.