
Pedro Nuno Santos diz “sem hesitação” que o Governo da AD é o “mais extremista”
Pedro Nuno Santos acusou hoje o Executivo da AD de integrar “cada vez mais elementos da extrema-direita” na sua agenda, tornando-o no “Governo mais extremista das últimas décadas”, e apontou o primeiro-ministro e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa como os dois políticos com maiores responsabilidades em alimentar a cultura de ódio.
Admitindo sentir-se “triste, envergonhado enquanto político e revoltado com o Governo, mas também com a direção nacional da Polícia de Segurança Pública”, Pedro Nuno Santos comentou que a operação da PSP ontem no Martim Moniz, em Lisboa, em que dezenas de migrantes foram encostados à parede, “não tem nada que ver com segurança – como aliás o próprio primeiro-ministro assume” –, mas sim com “perceções”.
“Temos um Governo que incorporou na sua agenda elementos cada vez mais perigosos da extrema-direita”
O secretário-geral do PS disse mesmo que o “espetáculo degradante e deprimente” de ontem sinalizou “às novas gerações que devemos temer quem tem uma cor diferente da maioria ou quem tem uma origem diferente da portuguesa”.
“É muito importante que todos os portugueses tenham consciência que, se uma cultura repressiva e intimidatória se instalar em Portugal, hoje são os imigrantes, amanhã são os portugueses todos”, alertou.
Para Pedro Nuno Santos, “o enredo mentiroso e falso do ‘não é não’ do primeiro-ministro tem levado a que cada vez mais elementos da agenda da extrema-direita estejam na agenda do Governo em Portugal”.
“E digo, sem qualquer hesitação, que nós temos em Portugal o Governo mais extremista das últimas décadas da nossa democracia”, acusou.
É urgente ouvir o Governo e a direção nacional da PSP
Pedro Nuno Santos revelou depois que “o Partido Socialista já chamou a ministra da Administração Interna ao Parlamento”, sendo que o “diretor nacional da Polícia de Segurança Pública também tem o dever de explicar ao país e, desde logo, ao Parlamento quais são os fundamentos que justificaram aquela operação”.
Criticando o Governo por instrumentalizar as forças de segurança, o secretário-geral do PS indicou os “dois políticos com grandes responsabilidades no tema da segurança” por alimentarem, ao longo dos últimos tempos, “um clima de divisão, de ódio, e a cultura de uns contra os outros”: o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Admitindo ter “fundadas razões para ter dúvidas sobre a legalidade daquela operação”, Pedro Nuno Santos sublinhou que uma sociedade tolerante como a portuguesa deve defender sempre o seu modo de vida.