O Grupo Parlamentar do Partido Socialista solicitou hoje uma audição urgente do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e do responsável pela negociação da venda do Novo Banco eleito pelo anterior Executivo, Sérgio Monteiro, na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças. No requerimento, assinado por Carlos César, os parlamentares socialistas explicam que a Assembleia da República deve conhecer com detalhe todos os aspetos preparatórios e contratados da operação da venda do banco.

O presidente da bancada do PS entende que “esta questão da venda do Novo Banco exige um esclarecimento pleno”, uma vez que se trata “de uma matéria de grande complexidade técnica”.

Para Carlos César, que falava em Ponta Delgada, nos Açores, a esse debate técnico “deve naturalmente preceder um debate político mais alargado no âmbito parlamentar”, já que é importante que todos os debates aconteçam no Parlamento “e que os portugueses, por esse intermédio, tenham conhecimento pleno das opções que foram tomadas”.

“Estamos a terminar uma reestruturação de um setor financeiro cujos problemas foram deixados arrastar durante demasiado tempo e, por isso mesmo, foram agravados em diversas instituições bancárias. Felizmente, o Novo Banco tem agora um desfecho, não era o desfecho que mais gostaríamos, é a solução menos má, mas é uma solução”, apontou.

Carlos César criticou, também, a posição do PSD e do CDS que, “depois de deixarem arrastar todos estes problemas na banca e, em particular, o caso do BES e do Novo Banco” quando estavam no Governo, vêm agora “questionar uma solução, solução para a qual eles foram os primeiros contribuintes, na medida em que foi o Banco de Portugal e um negociador nomeado pelo Governo anterior que preparou todo este processo”. “É preciso não ter mesmo vergonha nenhuma na cara”, atacou.