

Conta Geral do Estado 2022: PS lamenta que partidos façam “contorcionismo” para fugir dos bons resultados
O deputado do PS Carlos Pereira alertou hoje os restantes partidos para a gravidade de ignorarem bons indicadores na Conta Geral do Estado de 2022, algo que considerou ser um “contorcionismo inacreditável”.
“Pode valer tudo na análise da Conta Geral do Estado de 2022, mas não faz muito sentido não dizer a verdade sobre o que lá está”, lamentou o socialista, que notou que a maior parte das bancadas fez um “contorcionismo absolutamente inacreditável para fugir das coisas boas”.
Referindo-se à intervenção do deputado do PSD Pedro Coelho, Carlos Pereira criticou o social-democrata por ter subido “à tribuna para dizer que o risco de pobreza em Portugal em 2022 tinha aumentado”. Ora, tal “não é verdade”, asseverou o socialista.
“Há, de facto, uma nota sobre a pobreza muito grave na Conta Geral do Estado, que foi aliás alertado pelo Conselho Económico e Social, que é o risco de pobreza da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores”, que corresponde a “30% do total da população”, indicou.
O Partido Socialista “nunca disse que correu tudo bem”, sublinhou Carlos Pereira. No entanto, “é absolutamente inacreditável não considerar que o crescimento económico foi extraordinário – 6,7%, o dobro da União Europeia”, apontou.
O deputado do PS acrescentou que “as contas públicas estavam equilibradas, houve uma redução do défice, a dívida retomou a trajetória descendente e isso são boas notícias”. E são dados que os partidos “não quiseram amplificar neste debate”, lamentou.
As restantes bancadas ignoraram também que “vínhamos de uma pandemia, tínhamos uma crise inflacionista” e que o “esforço do Estado foi verdadeiramente significativo com nove mil milhões de ajudas em vários pacotes de intervenção para apoiar as famílias e as empresas”, assinalou o parlamentar, lembrando que “a própria OCDE acabou por reconhecer que Portugal foi um dos países que mais interveio para acomodar a crise”.
No final da sua intervenção, Carlos Pereira reafirmou que “não fica bem a partidos com sentido de responsabilidade que tenham apenas vindo à Assembleia para notar aquilo que é mau e esquecer aquilo que foi verdadeiramente bom”.