

Governo faz cedências a movimentos populistas que se insurgem contra as políticas identitárias
A deputada do PS Elza Pais lamentou hoje as cedências que o Governo da AD faz aos movimentos populistas que são contra as políticas identitárias, como aconteceu com a disciplina de educação para a cidadania, e alertou para a importância de se promover os direitos humanos e combater qualquer tipo de violência.
Elza Pais assegurou, durante a audição da ministra da Juventude e Modernização no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, que Margarida Balseiro Lopes tem desafios como enfrentar os movimentos populistas que são contra as políticas identitárias, tendo também “de enfrentar as cedências que o seu próprio Governo faz a esses movimentos”.
De acordo com a socialista, estes “utilizam uma retórica difamatória contra os direitos das mulheres e a saúde sexual e reprodutiva e contra as pessoas LGBTI”. E comentou que “resta saber, no mundo atual, por que razão o sexismo e a misoginia se tornaram elementos tão importantes na retaliação do autoritarismo”.
Elza Pais saudou a continuação do Governo da estratégia nacional para a igualdade e não discriminação 2030, “que foi iniciada pelo Partido Socialista”, e aproveitou para perguntar à governante “se concorda mesmo que há amarras ideológicas na educação para a cidadania”.
Ora, o que se aprende nessa disciplina é “o que a senhora ministra disse agora que ia promover”, como “os direitos humanos, aprender a lutar contra a violência no namoro, violência de género, violência doméstica”, bem como a literacia financeira e a sustentabilidade do planeta, vincou.
“Também gostava de lhe perguntar se concorda que as mulheres grávidas toquem a uma campainha de um hospital para terem um filho”, questionou.
Sobre o orçamento com perspetiva de género, Elza Pais considerou que há um “grande retrocesso”. E explicou que “os orçamentos com perspetiva de género servem para diminuir as desigualdades estruturais entre mulheres e homens no quadro de combater as desigualdades salariais, promover as oportunidades, promover a conciliação”, e existem no Orçamento desde 2017, tendo sido introduzidos pelo Governo socialista.
“Tínhamos, em 2024, identificadas 564 medidas e agora temos identificadas 257 medidas e este Orçamento está integrado nos objetivos de desenvolvimento sustentável”, comentou.