

Ministro do Ambiente critica Galp por não ter reunido formalmente com trabalhadores de Matosinhos
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, criticou hoje, no Parlamento, a Galp por não ter reunido formalmente com os trabalhadores da refinaria de Matosinhos, que vai encerrar este ano, e defendeu que a empresa deveria indemnizar os 401 funcionários.
“Não me peçam para achar bem que um anúncio destes seja feito nas vésperas de Natal, não me peçam para achar bem que o patrão Galp ainda não tenha reunido com os seus trabalhadores”, começou por afirmar o governante durante uma audição na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território, por requerimento do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
João Pedro Matos Fernandes revelou que recebeu um “telefonema de cortesia” da Galp a informar da decisão de fechar a refinaria de Leça da Palmeira, em Matosinhos, no último dia útil antes do anúncio ter sido feito, 18 de dezembro, onde foi pedido que mantivesse “segredo” até ao anúncio público.
“Se fora eu gestor da Galp, a minha preocupação não era nesse dia de fazer reuniões com A, B ou C, era reunir com os trabalhadores nesse mesmo dia”, asseverou.
O ministro adiantou que a empresa ainda não reuniu com os trabalhadores: “Foi com muita surpresa que, quando na semana passada reuni com os sindicatos, eles me disseram que ainda não tinha havido nenhuma reunião formal com os trabalhadores”. Para o governante, tal procedimento está “mal feito”.
O ministro do Ambiente defendeu depois que os trabalhadores devem ser compensados financeiramente por perderem o posto de trabalho. “A justa indemnização dos trabalhadores que estão em causa é uma responsabilidade da Galp, paga com dinheiros da Galp. Não me demito de repeti-lo: sendo a Galp uma grande marca portuguesa, tenho a forte expectativa que a Galp vá além da lei”, afirmou.
E explicou que o Fundo para a Transição Justa, uma verba que virá de Bruxelas para apoiar a transição energética, e que ainda está dependente da aprovação de dois Estados-membros, “não paga despedimentos”, mas sim a reconversão profissional e a criação de novos postos de trabalho.
Afiançando que a segurança de abastecimento energético está acautelada, João Pedro Matos Fernandes frisou que é agora fundamental que o Governo crie condições “para que outros empregos de base industrial verde ali se venham a localizar”.