
Paulo Pisco pede à Rússia para parar com a “barbárie” da guerra
O deputado do Partido Socialista Paulo Pisco apelou ontem, em Estrasburgo, ao fim da guerra na Ucrânia e assegurou que os referendos realizados na Rússia desde 2014 “são uma violação obscena do direito internacional”.
Paulo Pisco, que intervinha no debate de urgência sobre as consequências políticas da agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), dirigiu-se diretamente a Vladimir Putin para pedir para “parar imediatamente com a guerra” e “libertar todos os territórios ilegalmente ocupados, incluindo a Crimeia”.
“Todos os referendos realizados desde 2014 são uma violação obscena do direito internacional”, asseverou o socialista, que faz parte da delegação portuguesa à APCE.
Paulo Pisco recordou que, “ao longo destes oito meses de guerra, Vladimir Putin não conseguiu atingir nenhum dos seus objetivos e não conseguirá atingir nenhum, a menos que prefira a destruição mútua”.
“Sr. Putin, desde o início da invasão tem manipulado e mentido ao seu próprio povo, dizendo que era apenas uma operação militar especial. Mas hoje, de acordo com várias fontes, tem nas suas mãos talvez perto de 80 mil mortos do seu próprio povo”, declarou.
O deputado do PS salientou em seguida que “a NATO, a União Europeia, o Conselho da Europa e outras organizações estão mais fortes e unidas que nunca”, enquanto a economia russa “está em colapso” e o povo “a sofrer”.
Dirigindo-se mais uma vez a Putin, Paulo Pisco afirmou: “Engula o seu orgulho e reconheça que a sua fantasia expansionista está também a destruir o seu país. Queria tornar a Rússia grande de novo, mas, em vez disso, está a destruir todas as perspetivas de futuro do seu país e do seu povo, o qual – na realidade – despreza. O seu regime está a desmoronar e está mais isolado que nunca”.
Alertando que “destruir a Ucrânia e chantagear o mundo com alimentos e energia” não dará a vitória à Rússia, o deputado do Partido Socialista garantiu que Putin “será julgado pelos seus crimes de guerra e pelos crimes contra a humanidade por causa da guerra desumana que provocou sem qualquer razão”.
“A justiça terá de ser feita e o único lugar que terá na História será na prisão”, avisou Paulo Pisco no final da sua intervenção.